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Qualidade do ar no AC começa a baixar com início da estiagem; setembro deve ser pior mês

Em Rio Branco, a concentração de material particulado chegou, no dia 19 de maio, a máxima concentração de material particulado de 36,47 µg/m³. Organização Mundial de Saúde (OMS) prevê que a quantidade de material particulado por metro cúbico aceitável é de 25 microgramas

Com a transição do período de chuvas para o início da época mais seca no Acre uma antiga e permanente questão começa a preocupar os estudiosos: as temidas queimadas e, consequentemente, a poluição do ar que fica ainda mais grave em período de pandemia.

Rio Branco já apresenta um nível de poluição maior do que o estipulado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como normal.

Dados do relatório da sala de situação de monitoramento hidrometeorológico do Acre, divulgados nessa quinta-feira (20), mostram que na capital acreana a concentração de material particulado chegou, no dia 19 de maio, a máxima concentração de 36,47 µg/m³.

A OMS prevê que a quantidade de material particulado por metro cúbico aceitável é de 25 microgramas. Acima disso, a qualidade é ruim para a saúde humana. Porém, o professor e pesquisador da Ufac, Alejandro Fonseca, diz que o ar ainda está dentro dos padrões, mas a situação deve piorar ainda na primeira quinzena de junho.

As leituras são feitas por equipamentos de monitoramento da qualidade do ar instalados na Universidade Federal do Acre (Ufac) e na sede do Ministério Público do Estado do Acre (MP-AC), no Centro de Rio Branco.

“Os valores ainda estão baixos, não está muito poluído, mas a tendência é que aumente à medida que passe a primeira quinzena de junho. É uma questão sazonal, todo ano acontece e, em setembro, a gente vai ter uma alta concentração de poluentes, praticamente em todo estado do Acre”, prevê.

Quando aumentam os níveis de poluentes do ar, o efeito negativo atinge principalmente pessoas com problemas respiratórios e crianças que começam a sentir muito mais o peso dessa qualidade do ar, a garganta seca, ardedura nos olhos por conta dessa concentração de poluentes.

Fonseca afirma que não é normal esse aumento dos poluentes, não deveria existir, mas todo ano acontece no período seco, devido às queimadas tanto urbanas, como as da zona rural.

“Não é normal, não deveríamos ter isso aqui. Nessa região ainda está respirável, não é um problema para a saúde ainda. Mudou o tempo e não estamos mais com chuvas e já estamos no período de transição para a seca, há dias que chove, outros não, e as pessoas aproveitam para queimar, o que se observa uma diferença entre os outros meses”, afirma.

Ainda conforme o relatório, entre o início de janeiro e 19 de maio, no Acre, foram registrados 28 focos de queimadas. A maior incidência estão nas cidades de Cruzeiro do Sul e Feijó, no interior do estado, com cinco focos em cada uma. Rio Branco aparece com dois.