Prefeitura cancelou programação, que incluía shows com diversos cantores e bandas locais. Vigilância Sanitária deu um parecer contrário à realização da festa, prevista para o fim do ano
A Prefeitura do Jordão, interior do Acre, teve um pedido para fazer uma festa de réveillon em meio à pandemia do novo coronavírus negado pela Vigilância Sanitária Municipal. Um cartaz com a programação chegou a ser divulgado e anunciava queima de fogos, shows com bandas locais e também com cantores de outros municípios.
A equipe da prefeitura procurou a coordenação da Vigilância Sanitária para conseguir um parecer para realizar a festa, mas o pedido foi negado no último dia 8 pela coordenadora Marenilda Freitas.
“Entrei em contato com o Ministério Público sobre o parecer. Me falaram que com a pandemia estavam suspensas as comemorações. Fazer um evento dessa magnitude quando estamos trabalhando com a prevenção e pedindo que as pessoas mantenham o afastamento ia aglomerar muita gente, todo mundo ia assistir, porque moramos em um município carente e quando têm essas coisas todo mundo quer ver”, destacou a coordenadora.
Jordão é uma das quatro cidades isolados do Acre com acesso apenas por barco ou avião. A cidade já registrou até o sábado (12) 213 casos de Covid-19 e duas mortes pela doença. Os dados são do boletim epidemiológico da Secretaria de Saúde do Acre (Sesacre).
Programação cancelada
Diante do pedido negado, o prefeito da cidade, Elson Farias, informou ao G1 que cancelou a programação para preservar a vida das pessoas. A festa seria realizada no Calçadão da Avenida Francisco Dias, área central da cidade.
“Utilizamos o bom senso e cancelamos. A cidade não tem tantos casos, é um por semana, mas, vamos ser solidários e não fazer. É uma festa de arrecadação do município, mas, infelizmente, temos que cuidar do nosso povo. Quando a vida voltar ao normal, e se o novo prefeito quiser, podemos fazer”, argumentou.
O gestor falou também que a festa de réveillon na cidade foi criada por ele porque antes os moradores se reuniam em Tarauacá, cidade vizinha, para comemorar o final do ano. Com isso, a população gastava em outra cidade
“Lá ficava toda a economia, décimo terceiro, salário de fim de ano. Quando entrei, comecei a festa do fim de ano como forma de fazer a economia funcionar. Pessoas de outras regiões vinham todas para cá. Se não fosse a pandemia seria uma grande festa”, finalizou.