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Por falta de pagamento, músicos do forró do Senadinho fazem greve: ‘temos contas para pagar’

Por falta de pagamento, músicos do forró do Senadinho fazem greve: ‘temos contas para pagar’

De acordo com um dos artistas que se apresentam no local, problema tem sido recorrente ao longo do ano. Fundação de Cultura Elias Mansour diz que tenta resolver a situação com a Secretaria de Estado de Fazenda, que encaminha os recursos

O tradicional forró do Senadinho anima os idosos da capital acreana há décadas. Durante 20 anos, o Senadinho costumava ocorrer no espaço ao lado da Secretaria de Planejamento do Acre (Seplag), mas em abril de 2022, com a retomada das atividades após a pandemia de Covid-19, eles foram para o Sborba.

Ainda em outubro do ano passado, com o início do inverno, o Senadinho foi transferido para o Espaço Kaxinawá e atualmente ocorre no Casarão, no Centro de Rio Branco, e no Teatro Barracão.

Ou pelo menos assim esperava o público da terceira idade, que comparece à festa toda sexta-feira e domingo. Desde a última sexta-feira (18), as coreografias e música ao vivo foram interrompidas por conta da greve dos artistas, que alegam falta de pagamento.

Ao g1, um dos músicos, que prefere não se identificar, conta que o problema é recorrente ao longo do ano de 2023, e há pagamentos do mês de maio que ainda não foram feitos. São oito grupos, que se dividem entre os dois locais onde a festa é realizada. O pagamento é feito por meio de uma empresa terceirizada, por meio de recursos destinados pela Fundação de Cultura Elias Mansour (FEM), repassados à Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz-AC).

“Então, é assim todo mês. Todo mês é dessa forma. Tem apresentações de maio, de grupos, fizemos apresentação em maio, a gente não recebeu ainda. Verdadeiro descaso, temos conta pra pagar, temos os músicos pra pagar. Pessoas que só sobrevivem disso. E está aí o descaso”, reclama.

A FEM confirmou o atraso nos pagamentos, sem especificar de quais meses, mas disse que tenta agilizar o processo junto à Sefaz, e espera conseguir a liberação do recurso ainda nesta terça-feira (22).

“A Fundação de Cultura Elias Mansour (FEM) está empenhada nas tratativas necessárias junto à Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz) no sentido de viabilizar o mais rápido possível o pagamento do cachê dos músicos envolvidos nas atividades artísticas e culturais do Senadinho. A Sefaz prometeu liberar o pagamento no valor de R$ 54 mil ainda nesta terça-feira, 22”, disse.

Ainda conforme o músico, os artistas se reuniram com representantes da FEM e da Sefaz na última sexta, antes de iniciarem a paralisação. Frequentadores do Senadinho também participaram do encontro. Na próxima sexta-feira (25), mais uma paralisação vai ocorrer.

Porém, o artista avalia que o problema está na gestão das atividades. Ele alega que até o ano passado, quando menos grupos estavam incluídos nas apresentações do Senadinho, os pagamentos não atrasaram. A partir desse ano, a FEM abriu vagas para mais inscritos, e, na avaliação dele, por isso não tem conseguido honrar com a remuneração. Com isso, o artista argumenta que os músicos acabam sofrendo com os maiores efeitos, principalmente os que não têm outros locais para se apresentar e dependem do Senadinho.

“Então, se colocaram quatro grupos é porque tem dinheiro. Tem dinheiro, mas não tem gestão. Perderam total controle da situação. E quem é que está pagando o preço? São os mais fracos. Somos nós aqui que estamos na ponta, perto do serviço. Pro estado está tudo bem, mas pelos bastidores, está tudo atrasado”, declara.