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Ponte Metálica só deve ser liberada após avaliação de estrutura e com rio abaixo dos 14 metros, prevê Defesa Civil

Ponte Metálica só deve ser liberada após avaliação de estrutura e com rio abaixo dos 14 metros, prevê Defesa Civil

Órgão municipal vai fazer uma vistoria na ponte com engenheiros do Deracre, da prefeitura e do Conselho Regional de Engenharia (Crea) após rio atingir a cota de transbordo, que é 14 metros

Interditada há mais de uma semana por conta da cheia do Rio Acre, a Ponte Juscelino Kubitschek, conhecida como Ponte Metálica, não deve ser liberada até que o manancial fique abaixo da cota de transbordo, que é 14 metros. A previsão é da Defesa Civil de Rio Branco que destaca ainda a necessidade de uma força-tarefa com engenheiros e técnicos para avaliar toda estrutura.

A ponte foi foi interditada na noite de 27 de março por medida de segurança devido ao acumulo de balseiros ao redor da estrutura. Antes da interdição, equipes do Departamento de Estradas de Rodagem do Acre (Deracre) já tinham iniciado a retirada de balseiros do local.

O trabalho foi concluído no dia 29 de março após a retirada de cerca de 200 toneladas de balseiros que estavam represados.

O coordenador da Defesa Civil Municipal, tenente-coronel Cláudio Falcão, disse que essa força-tarefa para avaliar a estrutura da ponte será feita por equipes do órgão municipal com engenheiros do Deracre, do Conselho Regional de Engenharia (Crea) e da prefeitura. Os especialistas também devem fazer uma análise nos barrancos do rio.

“A gente precisa ver se houve algum comprometimento na estrutura, já fiz algumas vistorias e estamos aguardando que o rio retraia mais ainda. Diria que, pelo menos, até o tempo de ele ficar abaixo dos 14 metros ou menos, até na cota de alerta. Precisamos nos reunir, estamos fazendo o monitoramento diário da ponte, e nesse momento ainda não é possível uma avaliação mais profunda que nos dê a oportunidade de desinterditar. Mas, vamos tentar fazer isso no menor espaço de tempo possível”, destacou.

Vazante do rio

O nível do Rio Acre segue baixando na capital acreana. Segundo a Defesa Civil do município, 44 famílias com um total de 226 pessoas que estavam em abrigos públicos já retornaram para suas casas após vazante do rio.

Conforme os dados, pouco mais de 3,1 mil pessoas ainda estão desabrigadas por conta da enchente na capital acreana, totalizando 993 famílias. Até essa sexta-feira (7) eram mais 3.054 pessoas em abrigos. A capital tem 36 abrigos públicos.

As chuvas deram uma trégua nos últimos dias em Rio Branco. O acumulado dos cinco primeiros dias de abril foram contabilizados 40,2 mm de chuva. O esperado para o mês de abril é de 195,9 mm.

Apesar da baixa no nível, a Defesa Civil de Rio Branco informou que cerca de 75 mil pessoas seguem atingidas pela enchente, que foi a maior dos últimos oito anos. A cota de transbordo na capital é de 14 metros e o rio ultrapassou essa marca no último dia 23 de março.

Mais de 15,2 mil moradores seguem fora de casas por conta da cheia do manancial e estão em abrigos ou casas de parentes e amigos. Mais de 12,1 mil pessoas estão desalojadas.

Ao todo, 42 bairros da zona urbana de Rio Branco estão atingidos pela cheia do Rio Acre. Além disso, 27 comunidades rurais estão isoladas, com 7,5 mil pessoas de mais de 1,8 mil famílias.

A Ponte Coronel Sebastião Dantas também chegou a ficar fechada de sábado (1) até a manhã de terça-feira (4), quando foi reaberta e está em mão dupla.

alagacao webNível do Rio Acre segue em vazante em Rio Branco, mas enchente ainda atinge cerca de 75 mil pessoas — Foto: Marcos Vicentti/Secom

Também por conta da enchente, a Secretaria Estadual de Educação suspendeu as aulas nas escolas públicas estaduais da capital por tempo indeterminado. A Secretaria Municipal de Educação de Rio Branco também suspendeu as aulas.

Oito municípios acreanos decretaram situação de emergência: Rio Branco, Assis Brasil, Brasiléia, Epitaciolândia, Xapuri, Sena Madureira, Porto Acre, Capixaba. No dia 25 de março, o governo federal reconheceu a situação de emergência em Rio Branco por causa dos estragos causados pelas chuvas e no dia 29 de março fez o reconhecimento da situação de emergência de Brasiléia, Epitaciolândia e Xapuri. Nessa terça (4), a união reconheceu o decreto de Assis Brasil.

No dia 26 de março, os ministros da Integração e Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, a ministra do Meio Ambiente Marina Silva e o secretário nacional da Defesa Civil, Wolnei Wolff, chegaram ao Acre para um sobrevoo pelas áreas alagadas. Eles percorreram os bairros, conversaram com moradores e garantiram a liberação imediata de R$ 1,4 milhão para ajuda humanitária.