Análises estão suspensas há cerca de dois meses. Na semana passada, foram retomadas perícias em maconha e seus derivados após chegada de insumos, mas ainda falta material para exames de DNA mais específicos
Já são cerca de dois meses sem a realização de exames de DNA em arcadas dentárias e ossos no Departamento de Polícia Técnico-Científica (DPTC) em Rio Branco por falta de insumos. A informação foi confirmada ao G1 neste domingo (9), pelo Instituto de Análises Forenses.
Com relação às perícias na identificação de maconha e seus derivados, como skunk, por exemplo, que também estavam suspensas, os trabalhos foram retomados desde à semana passada, após a chegada de material, segundo informou o diretor do instituto, Giulliano Scarante Cezarotto.
O diretor não soube dizer o prazo para a chegada de reagente necessário para os exames de DNA mais específicos. Como no caso das crianças que morreram carbonizadas após serem deixadas sozinhas pela mãe, Jociane Evangelista Monteiro.
O Ministério Público Estadual (MP-AC) pediu que fossem feitos exames de DNA nos restos mortais (dentes e ossos) das crianças. Porém, o Departamento de Polícia Técnico-Científica afirmou, no dia 26 de março, que não tem insumos para a realização desses exames.
“Regularizou somente a parte da identificação de drogas, mas a parte da genética em ossos e dentes ainda não. Com relação à previsão [de entrega dos insumos], isso é com o setor de compras, eu não tenho esse tipo de informação, é o pessoal da administração geral que faz os empenhos e contratos. Continuamos fazendo os exames que temos os insumos, que são as amostras de mais fácil extração, como sangue, mucosa bucal e esses com maior complexidade, de osso e dente, a gente deixa armazenado aguardando ter o recurso para fazer as análises”, disse o diretor.
Dificuldade de compra
Em reportagem publicada no último dia 19 de abril, o diretor falou que a grande dificuldade tem sido a burocracia e também a falta desses produtos para a venda.
“São produtos que não se encontra no mercado local e a gente sentiu também uma dificuldade grande na disponibilização desses produtos, até mesmo fora, pela questão da pandemia. São produtos importados e houve uma priorização da aquisição no país dos insumos, então, a gente está percebendo que não está fácil encontrar, mas o processo de compra está ocorrendo”, garantiu.
Sobre a falta de insumos para perícia em drogas apreendidas, o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil-Seccional Acre OAB-AC, Erick Venâncio, chegou a lamentar a situação e disse que isso interferia diretamente no andamento de alguns processos.
O Ministério Público do Acre informou que no ano passado entrou com uma ação civil contra o Estado pedindo a estruturação da Polícia Técnica e que o processo ainda está correndo.