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‘Plano B’: autoridades e especialistas debatem educação, turismo e conectividade em evento aberto ao público no AC

‘Plano B’: autoridades e especialistas debatem educação, turismo e conectividade em evento aberto ao público no AC

Iniciativa faz parte do programa “Amazônia que eu Quero”, da Fundação Rede Amazônica. Debate ocorreu nesta segunda-feira (2) no Centro Universitário Uninorte, em Rio Branco

Plano ‘B’. Este é o nome do evento, promovido pelo projeto “Amazônia que eu Quero”, que discute educação, conectividade e turismo na região amazônica. Pela primeira vez, o Acre realizou o debate de forma presencial, no auditório do Centro Universitário Uninorte, em Rio Branco.

Aberto ao público, o debate, realizado nesta segunda-feira (2), teve como painelistas o professor e pesquisador dr. João Silva Lima; o secretário de Indústria, Ciência e Tecnologia Assurbanipal Barbary de Mesquita; o secretário de Empreendedorismo e Turismo, Marcelo Messias; e o turismólogo Victor Pontes, além de acadêmicos e outras autoridades locais.

O CEO do Grupo Rede Amazônica, Phelippe Daou Junior, destacou a importância desse tipo de debate para que a população seja a voz ativa nesse processo.

“O projeto visa, fundamentalmente, formar eleitores, preparar cidadãos para um momento super importante que é a escolha dos nossos representantes [...] o principal objetivo é compilar essas informações. Então é super importante a participação da população. Não somos nós, da Fundação Rede Amazônica, que definimos essas prioridades. É a população que define, as entidades de classe, formadores de opinião e especialistas que vão criar e nos dizer a Amazônia que todos nós queremos”, falou.

Problemas locais e soluções

O professor dr. João Silva Lima falou sobre a importância do debate acerca dos problemas locais com pessoas que estão inseridas na realidade acreana, principalmente sobre o discurso de “ocupar a Amazônia”.

“Agora você escuta o capitalista dizendo que o custo para vir para a Amazônia é muito alto [...] a lógica do capital é perversa porque eles lucram, mas se não lucrarem muito, não compensa. Mas a lógica do lucro não pode ser a lógica do investimento público, do investimento para a gente desenvolver”, comentou.

O secretário Assurbanipal Mesquita comentou também que as discussões são importantes para o fortalecimento das políticas locais, principalmente quando o assunto é conectividade. Destacou também sobre a atual realidade do Acre no que diz respeito à carência no acesso à internet e falou sobre o projeto Infovia.

“A perspectiva de ampliar é a cada ano. Conforme as empresas vão ampliando sua rede, vão buscando clientes. Essa dinâmica é do mercado, da iniciativa privada. Nosso papel é fiscalizar. O que a gente tem visto é a questão da qualidade, infelizmente deixa a desejar tanto do ponto de vista das telefônicas como da banda larga, fibra óptica que chega nas residências.

plano b 002Acreanos assistem a painel sobre conectividade, educação e turismo, temas do 'Plano B', da Rede Amazônica — Foto: Dayane Leite/Rede Amazônica

Já o secretário Marcelo Messias trouxe o ponto de vista sobre o turismo, destacando a necessidade de implementação de métodos que potencialize Rio Branco como uma cidade turística. Segundo ele, o principal desafio está sendo a malha aérea, no que diz respeito à operacionalização de voos para o estado.

“Às vezes falam que a logística para o Acre é muito difícil, mas a verdade é que não é só para o Acre. Escutamos as reclamações de todos os secretários do Norte. Temos um grande gargalo para enfrentar. Temos algumas esperanças a partir de novembro [...] a gente fala de uma região onde andar de avião é uma necessidade”, disse.

O turismólogo Victor Pontes, que tem um empreendimento local que recebe turistas que querem conhecer mais da Amazônia, disse que fomentar este tipo de atividade movimenta a economia local e desperta a curiosidade de pessoas que querem conhecer o estado acreano e suas riquezas naturais. Durante a fala, destacou sobre a medicina tradicional e culturas indígenas.

“A Amazônia tem um apelo muito grande, e agora vem dentro das comunidades indígenas, porque lá tem tanto a parte cultural e espiritual como de comunidade. O turismo tem implementado nas aldeias mas tem que tomar cuidado para ser sustentável, para não ter interferência cultural dentro dos povos”.

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Amazônia que eu Quero

Com o tema “Educar para desenvolver e proteger”, o objetivo do projeto Plano B é despertar o senso crítico e estimular ações democráticas que levem a população a entender o seu papel na construção de uma democracia mais participativa e que seja capaz de gerar impactos positivos.

Concebido em 2019, o ‘Programa Amazônia Que eu Quero’ é uma iniciativa da Fundação Rede Amazônica (FRAM) e Grupo Rede Amazônica (GRAM), que tem por objetivo promover a educação política por meio da interação entre os principais agentes e setores da sociedade, além do levantamento de informações junto aos gestores públicos e da participação ativa da população em câmaras temáticas.

O projeto foi lançado no dia 1º de setembro de 2021, quando o Grupo Rede Amazônica celebrou seus 49 anos. A principal premissa do projeto é a discussão de assuntos fundamentais para a realidade amazônica e que têm sido deixados em segundo plano por décadas.

O tema escolhido para edição de 2023 é “Educar para desenvolver e proteger” e as câmaras temáticas que estão sendo trabalhadas são educação, conectividade e turismo.