Agora, Daniel Alves Filho pretende patentear a criação e vender no mercado internacional. A ideia é vender cada sachê de 60 gramas por dois dólares, que é o equivalente a pouco mais de R$ 10
Um bebida quente, tipicamente amazônica e que deixa uma leve dormência na boca; superficialmente essa é uma descrição do famoso tacacá. A receita, originária dos indígenas paraenses, surgiu a partir de uma sopa denominada “mani poi” e é muito popular nos estados do Acre, Pará, Rondônia, Amapá e Amazonas.
Mas, agora ganha um formato diferente. É que o pesquisador do programa de pós-graduação em Biodiversidade e Biotecnologia, da Universidade Federal do Acre (Ufac), ligado à Rede Bionorte, Daniel Alves Filho, após oito anos de estudo, conseguiu criar um tacacá em pó.
Na forma tradicional, o prato leva tucupi, jambu, goma de tapioca, camarão, cebola, pimenta de cheiro, chicória e outros temperos que dão gosto à iguaria, e pra deixar tudo isso em pó não foi tão fácil.
O pesquisador conta que começou a estudar o tacacá instantâneo no final de 2012, chegando à fórmula final em outubro do ano passado. Segundo ele, os ingredientes para chegar aos resultados foram achados no Acre e Japão.
“Comecei a fazer uma base e buscar ingredientes que pudessem ser combinados para fazer o tacacá em pó e só encontrei os últimos ingredientes no Japão”, explica.
Registro do produto
Para virar pó, o tacacá passa por processos como o de liofilização ou criodessecação, desidratação pela qual o produto é congelado sob vácuo; e com o gelo formado, sublimado, pode durar mais de dez anos.
Agora, ele pretende patentear a criação no órgão responsável no Japão, que é onde ele mora, para começar a comercializar o produto no mercado mundial.
“Depois que tiver registrado, vou procurar empresas no Japão para vender. Algumas empresas brasileiras também já se interessaram, mas quero focar primeiro no mercado internacional”, disse.
Para que o pó se transforme em tacacá, basta acrescentar água quente e, se quiser, algumas folhas de jambu. Daniel garante que quem tomou aprovou a ideia.
“Não é igual ao original e nunca vai ser, mas é parecido. O principal objetivo do tacacá instantâneo é que tem que dar o mesmo efeito do tacacá original na boca, que é aquela leve anestesia. Então, a consistência é diferente, mas o efeito é o mesmo e é saboroso”, garante.
A ideia é vender cada sachê de 60 gramas por dois dólares, que é o equivalente a pouco mais de R$ 10. Mesmo morando no Japão há quase 5 anos, ele diz que desenvolve pesquisas pelo Bionorte da Amazônia.
“A ideia é fazer com que o tacacá instantâneo ganhe o mercado mundial; o nosso tacacá da Amazônia”.