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Para atender aldeias, governo envia kits família a comunidades indígenas atingidas pela cheia no Acre

Para atender aldeias, governo envia kits família a comunidades indígenas atingidas pela cheia no Acre

Mais um ato marca a mobilização do governo do Estado no apoio aos atingidos pelas inundações no Acre. Nesta terça-feira, 27, a Secretaria Extraordinária dos Povos Indígenas (Sepi) está enviando 300 kits família para atender às comunidades indígenas do Juruá, onde há perdas de plantio e as águas invadiram casas.

O envio é um reforço da Sepi, Secretaria de Governo, Corpo de Bombeiros e Casa Civil. Devido à logística para essas aldeias, que ficam em municípios isolados, as cestas montadas têm 60 quilos, o dobro do comum. Os suprimentos vão de caminhão até Cruzeiro do Sul e serão levados de avião às comunidades. Além de alimentos, também há kits de limpeza. A ação é resultado de uma força-tarefa, criada no domingo, 25, reunindo diversas entidades ligadas às políticas indígenas, para atender essa população.

A intenção é conseguir enviar até 3 mil cestas a essas terras indígenas. Esse primeiro lote vai ser encaminhado para os Ashaninkas e Araras do Rio Amônia, que são as mais distantes.

“O segundo lote queremos mandar para o Alto Envira, que é um povo que fica 10 dias de barco. A gente precisa atender eles e vamos ver se a gente manda para o Iaco, que ainda está debaixo d’água também”, destacou a secretária dos Povos Indígenas, Francisca Arara.

Neste primeiro momento, de forma emergencial, a prioridade é alimento e água potável. Segundo a secretária, as cestas pra as famílias foram montadas para durar cerca de dois meses. O pós-enchente também é uma preocupação.

Há cinco municípios que têm povos indígenas que foram atingidos pela enchente. “A gente tem tudo mapeado e teve esse cuidado de o que levar para as terras indígenas, levar uma cesta saudável que venha a suprir pelo menos dois meses enquanto eles vão se estabelecendo, porque algumas aldeias ainda estão alagadas, mas vai secar e é um outro problema, que aí vem a lama e produção perdida”, explicou Francisca.

O secretário de Estado de Governo, Alysson Bestene, destacou que o grande desafio desse suporte é a logística, já que em grande parte desses locais só é possível chegar de barco, o que pode levar muitos dias, ou de avião.

“A Sepi já tem todo o mapeamento de cada região, e agora estamos dando toda a estrutura necessária para atender essas famílias. Como são povos mais distantes, é preciso que seja uma cesta mais robusta, e nossa intenção é atender todos os povos indígenas do estado do Acre, que necessitam desse suplemento alimentar”, pontuou.

ajuda 002Kit família tem o dobro de itens da cesta básica comum e foi pensado para dois meses. Foto: José Caminha/Secom

Decreto reconhecido

O estado de emergência nas 17 cidades do Acre foi reconhecido pelo governo federal na última segunda-feira, 26. Com isso, os processos administrativos são agilizados para que a assistência possa ocorrer de forma mais rápida.

O Corpo de Bombeiros tem reforçado as equipes, que têm trabalhado de forma incansável e crucial em todos os municípios mais afetados pela cheia. O comandante da corporação, coronel Charles Santos, destaca a importância do reconhecimento no aceleramento das ações.

ajuda 003Ação faz parte de força-tarefa para atender comunidades mais afastadas. Foto: José Caminha/Secom

“A prova é que isso já está correndo entre a parte da aquisição de suprimentos de fundo, da aquisição de sacolões, material de limpeza, kits de higiene, para, justamente, atender à demanda daquelas pessoas que foram mais afetadas. Isso aí visa, justamente, subsidiar Estado e Município nesse atendimento, como tem sido a logística com todos os municípios”, destacou.

Os bombeiros reforçam as ações em Santa Rosa do Purus e outras cidades que estão com um cenário mais crítico. “Para Marechal Thaumaturgo também deve ir um secretário de Estado para dar justamente apoio ao município nessa visão administrativa. Tem outra equipe que já está saindo de Jordão. Temos aí também a questão da baixa no Rio Acre em Assis Brasil. No entanto, em Brasileia, o rio já extrapolou a segunda cota histórica, onde inclusive a ponte teve a sua interdição completa e, em todos esses locais, todas as equipes do governo estão atuando. Caso venha se agravar, estaremos também solicitando apoio de outros entes para que venha de encontro a esse grande desastre”, relatou.