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Pacientes reclamam de falta de medicamentos no Hospital de Saúde Mental em Rio Branco

Pacientes reclamam de falta de medicamentos no Hospital de Saúde Mental em Rio Branco

Falta remédio para tratar doenças como transtorno bipolar, ansiedade, depressão e transtorno do pânico. Unidade de saúde também está sem diretor-geral

Quem procura o Hospital de Saúde Mental do Acre (Hosmac), em Rio Branco, em busca de medicamento tem que ficar preparado para sair do local de mãos vazias. É que estão faltando cerca de dez tipos de medicamentos controlados e há mais de um mês que a unidade não tem diretor-geral.

Durante a campanha de reeleição, o governador Gladson Cameli prometeu, em entrevista ao g1 em agosto do ano passado, que iria priorizar a saúde mental e tratar o tema com mais foco no segundo mandato.

“Minha preocupação era o pós-pandemia devido à saúde mental e não só no Acre, mas mundial. Pedi, de fato, que a equipe da saúde me apresentasse um levantamento para termos uma política pública para essas pessoas, contratação de mais pessoal, que vai me ajudar também na questão do feminicídio. Vamos fazer parcerias com as prefeituras para fazer esse atendimento na saúde básica”, prometeu na época.

Contudo, a promessa ainda não saiu do papel. Segundo os os próprios funcionários da unidade de saúde, estão faltando remédios para tratar as seguintes doenças:

  • Transtorno bipolar
  • Ansiedade
  • Depressão
  • Transtorno do pânico

De Sena Madureira, interior do estado, uma paciente, que preferiu não se identificar, conversou com a equipe da Rede Amazônica Acre e relatou o sufoco enfrentado. Ela saiu de casa pra pegar medicação no Hosmac, mas, ao chegar na unidade, soube que não havia remédio e teve que voltar de mãos vazias.

“Estou em crise porque é muito caro esse remédio e não tenho. Tomo seis tipos de remédios e vitaminas e tenho um só”, criticou.

A Secretaria de Saúde do Acre informou que, sobre o diretor-geral, sairá uma portaria nomeando um novo gestor nos próximos dias.

Em relação aos remédios que estão em falta, a assessoria disse que o problema é nacional e não há como dar uma data exata para o abastecimento, mas confirmou que os medicamentos já foram solicitados e enquanto não chegam podem ser substituídos.

O aposentado José Macedo tentou pegar a medicação do irmão, mas não encontrou. “Meu irmão faz tratamento, mas desde que venho isso aqui sempre faltou. A luta só para quando a gente morre, às vezes, é uma luta diária, de dois em meses temos que passar por isso”, lamentou.

O aposentado João Batista foi outro que voltou pra casa sem remédio para dormir. Ele diz que tem passado as noites em claro. “É o jeito, passa à noite acordado, andando dentro de casa, sem dormir”, contou.

Reabastecimento em breve

O gerente administrativo do Hosmac, Carlos Cardoso, disse que há um problema de logística da empresa, que o pedido foi feito na última sexta-feira (6) e, possivelmente, ainda esta semana a farmácia será reabastecida

“Com a pandemia, algumas medicações ficaram faltando no país, mas, graças a Deus, a secretaria já conseguiu resolver essa problemática e a gente está sendo reabastecida”, garantiu.