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No Acre, cubana mantém casa para abrigar imigrantes que chegam ao estado

Seminário, realizado nesta terça (10) em Rio Branco, discute questões políticas, vulnerabilidades, aspectos legais e temática referentes a crianças e adolescentes refugiados.

Rio Branco - Uma casa de apoio para acolher imigrantes e refugiados foi criada pela empregada doméstica cubana, Rani Cruz, que está no Acre há um ano e meio, para abrigar pessoas que chegam de outros países e precisam de ajuda.

A casa funciona há pouco mais de um mês na Baixada do Habitasa e abriga 11 pessoas entre cubanos e dominicanos, segundo Rani informou à Rede Amazônica.

Rani diz que a iniciativa surgiu da própria experiência de sentir na pele o sofrimento de sair do país de origem e chegar a um lugar desconhecido e não ter um teto, nem o que comer.

“Passei pela mesma situação que eles estão passando com a minha filha e sinto que devo fazer o mesmo que eu tive, dar a oportunidade para que outras pessoas possam sobreviver depois que abandonaram seu país, sua família e que estão em outra terra que não conhecem o idioma. Essa oportunidade é para eles também”, fala.

No Dia Internacional dos Direitos Humanos, Rani ensina que para fazer o bem basta ter uma iniciativa. Depois, com a ajuda de parceiros, as coisas começam a funcionar.

“Quando eles chegaram aqui, a casa era vazia e recebemos doações de amigos que se juntaram e têm dado assistência e também de outras pessoas que têm ajudado neste processo”, conta.

Quando chegou ao Acre, Rani ficou por três meses na Casa de Apoio Irineu Serra e depois recebeu ajuda de um casal para sair de lá, ganhou um apartamento para morar e um emprego na casa deles, foi como recomeçou a vida. Depois, o casal conseguiu trabalho para o marido dela e creche para a filha.

Com essa ajuda, Rani começou a se estabelecer e, a partir daí, decidiu ajudar o próximo.

Quase 150 refugiados passaram pelo estado

Rio Branco já recebeu muitos refugiados, como haitianos, venezuelanos cubanos entre outras nacionalidades. Só neste ano, registrados no Núcleo de Apoio a Imigrantes e Refugiados do estado, foram 147 pessoas, segundo a gestora do núcleo, Maria da Luz.

“Isso são os que passaram pela nossa secretaria. Em Rio Branco, o número é bem maior”, revela.

De acordo com a coordenadora, o núcleo ajuda estas pessoas, principalmente com orientação para retirada da documentação, como o CPF e Carteira de Trabalho.

“Porque, para eles ficarem no Brasil, primeiro precisa da documentação. Além disso, encaminhamos para matrículas em escolas, aos Centros de Referência e Assistência Social (Cras) e vai depender da situação que a pessoa esteja vivenciando”, explica.

Seminário

No Dia Internacional dos Direitos Humanos, Maria da Luz diz que a data é importante para dialogar, trocar experiências e procurar um caminho que ofereça mais dignidade para as pessoas que estão fora do seus países de origem.

Um seminário, realizado nesta terça-feira (10) em Rio Branco, discute questões políticas, vulnerabilidades, aspectos legais e temáticas referentes a crianças e adolescentes, além de um debate sobre a mídia e o combate à xenofobia e outras temáticas referentes a tráfico de pessoas e documentação.

“Estamos tentando construir um protocolo, formar o comitê de migrantes refugiados, criar um observatório com a ajuda de muitos parceiros para poder monitorar como andam as migrações para que o estado possa se preparar para poder acolher essas pessoas”, complementa Maria da Luz.