Palestras e debates fortalecem participação de mulheres nas rede de economia solidária e reforma agrária. Encontro em Rio Branco reuniu produtoras rurais em Rio Branco
A participação ativa das mulheres na agricultura familiar e no empreendedorismo rural tem se mostrado cada vez mais decisiva no fortalecimento da economia solidária e da reforma agrária no Brasil. No contexto da Região Amazônica, debates, palestras e apresentações culturais têm se mostrado fundamentais para impulsionar o protagonismo feminino nesse setor.
Segundo Geovana Castelo Branco, presidente do Conselho Estadual dos Direitos das Mulheres, as mulheres estão na linha de frente quando se trata de enfrentar os desafios da produção rural.
“Ela é a primeira que se levanta e a última que vai deitar. É ela quem produz, comercializa, e cuida da criação dos pequenos animais, como galinhas, porcos e patos, além do gado leiteiro. Todo esse trabalho voltado à agricultura familiar está em grande parte nas mãos das mulheres”, afirma.
Já o diretor da Unisol Brasil, Carlos Omar, destaca a importância do encontro de mulheres para despertar o interesse por políticas públicas que atendam de forma mais eficaz as necessidades das produtoras rurais.
“O grande objetivo é fazer com que as ações de políticas públicas voltem-se mais para as mulheres, especialmente no que diz respeito à reforma agrária e à economia solidária”, afirmou.
Durante o 7º Encontro de Mulheres, que ocorreu em Rio Branco e teve como tema “Igualdade”, diversas produtoras rurais compartilharam experiências e desafios, principalmente em relação ao acesso a crédito. Cristina Silva, produtora rural e participante do evento é uma delas.
“O desafio maior é acessar os créditos. Quando vamos aos bancos, nos sentimos invisíveis. Muitas vezes, somos ignoradas, especialmente por conta do machismo. Não são todos, mas a maioria vê uma mulher e nem olha para ela”, contou. Para Cristina, o evento oferece uma oportunidade valiosa de aprender a se defender e a conquistar mais espaço nesse cenário.
Além de promover a troca de experiências, o evento também buscou gerar oportunidades de trabalho e renda para 80 empreendimentos, com a exposição e comercialização de produtos e serviços de cooperativas e associações lideradas por mulheres.
Para Omar, as mulheres são protagonistas não apenas da agricultura familiar, mas também da economia solidária.
“99,9% das representantes das cooperativas e associações são mulheres. Elas são as principais responsáveis por todo o processo de transformação e sustentabilidade na economia rural”, concluiu.