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Nível elevado do Rio Acre faz Igarapé São Francisco represar e alagar parte de rua em Rio Branco

Nível elevado do Rio Acre faz Igarapé São Francisco represar e alagar parte de rua em Rio Branco

De acordo com órgão, trata-se da falta de escoamento do grande volume de água que Rio Acre detém no momento. Manancial marcou 17,72 metros na medição das 15h deste domingo (2)

Com o nível elevado do Rio Acre, igarapés de Rio Branco, como é o caso do São Francisco, estão represando, ou seja, sem ter onde escoar o volume de água. Apesar de não ter ocasionado transtornos, pontos como na Baixa da Colina, na capital, alagaram neste domingo (2).

De acordo com o coordenador da Defesa Civil Municipal, tenente-coronel Cláudio Falcão, isto deve-se ao fato de o Rio Acre estar muito cheio.

Contudo, disse que as ocorrências de inundações propriamente ditas estão diretamente relacionadas ao Rio Acre. Na última atualização, feita às 15h deste domingo (2), o manancial marcava 17,72 metros. Este é o maior nível em oito anos.

“Isso é um represamento do Rio Acre. Não é uma enxurrada daquela convencional. É porque o Rio Acre está muito alto, represa dentro do igarapé e deságua nele. Ele dá retorno e bairros são alagados por conta disso, através de tubulação de esgoto, de igarapés e uma série de outras situações. Hoje o que temos de inundação é o Rio Acre. Não temos nada inundado por igarapés exclusivamente. Tem ruas alagadas por igarapés, mas é por conta da água do Rio Acre que entra no igarapé e vai levantando o nível”, disse.

alagados 001 webCalçadão da Gameleira foi tomado pelas águas do Rio Acre — Foto: Marcos Vicentti/ Secom

Rio Branco vive uma situação de emergência, reconhecida pelo Governo Federal desde o dia 24 de março. Após fortes chuvas no dia anterior, pelo menos sete igarapés transbordaram na capital acreana. No mesmo dia, o principal afluente do estado subiu cerca de cinco metros e atingiu a cota de transbordamento, que é de 14 metros.

Março foi bem mais chuvoso do que o esperado. Segundo dados da Defesa Civil municipal, Rio Branco encerrou o mês com um acumulado de 585,9 milímetros de chuva. Esse número é mais que o dobro da média esperada, que era de 270,1 mm.

alagados 002 webCerca de 30 bairros de Rio Branco foram afetados após forte chuva, que ocasionou cheia nos igarapés — Foto: Dayane Leite/Rede Amazônica

Em 2022, o mês de março fechou com 431,3 milímetros de chuva. Na época, eram esperados 290 milímetros e as chuvas também ficaram acima da média.

Enchente no Acre

São cerca de 945 famílias com 3.041 pessoas desabrigadas por conta da cheia do Rio Acre na capital acreana. Ainda segundo a Defesa Civil de Rio Branco, 3.386 famílias com, aproximadamente, 11.174 pessoas estão desalojadas por conta da enchente, ou seja, foram levadas para casas de parentes ou amigos.

alagados 003 webEnchente do Rio Acre em março de 2023; rio marcou 17,72 em medição das 15h deste domingo (2) — Foto: Pedro Devani/Secom

Subiu para 41 o número de bairros da zona urbana de Rio Branco atingidos pela enchente do Rio Acre. Além disso, 27 comunidades rurais estão atingidas, com 6,5 mil pessoas de mais de 1,6 mil famílias.

No sábado (1), o prefeito Tião Bocalom e equipe da Defesa Civil do município percorreu de barco alguns dos bairros atingidos pela enchente do Rio Acre para verificar a situação das famílias. Ele comentou ainda que a prefeitura destinou, até agora, R$20 milhões para o atendimento às famílias atingidas.

Seis municípios acreanos decretaram situação de emergência: Rio Branco, Assis Brasil, Brasiléia, Epitaciolândia, Xapuri e Sena Madureira. No sábado (25), o governo federal reconheceu a situação de emergência em Rio Branco por causa dos estragos causados pelas chuvas e nessa quarta (29) fez o reconhecimento da situação de emergência de Brasiléia, Assis Brasil e Xapuri.