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Motoristas fecham Terminal Urbano de Rio Branco alegando falta de pagamento; prefeitura nega

Trabalhadores afirmam que prefeitura não tinha dinheiro para pagar diária R$ 100 prometida pela manhã. Já a prefeitura diz que motoristas queriam encerrar expediente ao meio-dia e ainda não dispunha dos valores, mas que pagamento foi feito. Circulação dos coletivos voltou ao normal após negociação

Um grupo de cerca de 35 motorista de ônibus fechou o Terminal Urbano, no Centro de Rio Branco, na tarde desta terça-feira (18) em protesto. Os trabalhadores alegaram que a prefeitura não tinha dinheiro para pagar a diária no valor de R$ 100 ajustada com a categoria pela manhã.

O ato durou cerca de 20 minutos e a circulação de ônibus no Terminal foi liberada. Uma equipe da prefeitura conversou com os motoristas. A assessoria de comunicação da prefeitura informou que os motoristas saíram tarde da garagem pela manhã e por volta do meio-dia queriam encerrar o expediente e receber.

Mas, a gestão ainda não tinha, de fato, os valores para repassar. A prefeitura garantiu que o pagamento foi feito aos motoristas assim como foi acordado pela manhã.

“A prefeitura alegou hoje de manhã que ia pagar a diária de todo mundo que estava na escala e lá na hora mudou, disse que não tinha dinheiro para pagar. Em cinco minutos arrumaram o dinheiro para fazer o pagamento de todos”, disse um motorista que pediu para não ter o nome divulgado.

Pela manhã, a presidência do Sindicato dos Transportes do Acre (Sinttpac) informou que ficou acordado o pagamento de uma diária de R$ 100 ao final de cada dia para os trabalhadores. Com esse acordo, os motoristas das 11 linhas que faltavam voltar nesta terça decidiram sair da garagem por volta das 8h.

Os ônibus voltaram a operar em Rio Branco nesta terça-feira (18) após dois dias de suspensão nos serviços. A retomada foi possível após a prefeitura assumir o transporte público da capital por meio de uma intervenção parcial do sistema.

Com a intervenção, a prefeitura afastou a atual presidência do Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo do Estado do Acre (Sindcol) e assumiu a direção do sistema.

Em um ofício enviado ao Sindcol e aos representantes das empresas de ônibus, a gestão municipal informou sobre a medida e determinou que está vedada a movimentação financeira das contas do Sindcol e das concessionárias, sem a devida autorização da gestão municipal.

Ao g1, o presidente do Sindcol e representante das empresas Via Verde e São Judas Tadeu, Aluízio Abade, afirmou que recebeu com surpresa o documento nessa segunda (17) e que seu jurídico está analisando a medida para tomar as devidas providências.

“Eles [prefeitura] estão assumindo todo o financeiro, os motoristas já não vão acertar mais com as empresas e sim com eles. Essa é a primeira vez que passo por isso, então, não sei como que funciona, a parte jurídica vai trabalhar em cima disso”, falou Abade.

O prefeito Tião Bocalom tinha confirmado o retorno de todos os ônibus a partir desta terça com a intervenção da prefeitura. Mas, nas primeiras horas de operação, somente os 38 ônibus da empresa Auto Viação Floresta voltaram.

Foi preciso uma intensa negociação com os motoristas das outras duas empresas (Via Verde e São Judas) para que os ônibus saíssem da garagem. É que os motoristas exigiam que a prefeitura também assumisse o pagamento dos salários atrasados dos trabalhadores.