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Migrantes dormem em calçadas devido à superlotação de casa de passagem no Acre

Migrantes dormem em calçadas devido à superlotação de casa de passagem no Acre

Local, que pode abrigar até 50 pessoas, atende cerca de 15 moradores além da capacidade. Segundo diretor municipal de Assistência Social, um plano já foi apresentado ao governo federal na busca de apoio

Migrantes de várias nacionalidades estão dormindo em calçadas e até pontos de ônibus após uma casa de passagem ficar superlotada em Rio Branco. O local, que pode abrigar até 50 pessoas, atende cerca de 15 moradores além da capacidade.

O vendedor João Dutra, que trabalha no bairro do Bosque, onde fica o abrigo, disse que já chegou a ver mais de 20 pessoas nas calçadas. “Eles passam o dia na calçada, cerca de 20 a 30 pessoas. Quando chega cliente aqui na loja, eles correm para pedir ajuda”, relatou.

Acompanhado de uma cadela que trouxe da Venezuela, sua terra natal, o migrante Yeshis Nunes, conta que além da superlotação, não é permitido a entrada de animais no abrigo. Nunes contou que o objetivo é juntar dinheiro para seguir rumo a Santa Catarina, onde planeja reconstruir sua.

“Estamos na rua, pois aqui é o nosso refúgio, visto que não é permitido entrar no abrigo com nossa cadela”, disse.

Os viajantes, que chegam de locais como Cuba, Colômbia e outras regiões do mundo, utilizam o Acre, como porta de entrada para o Brasil. Do território acreano, continuam a viagem até outros estados, como no caso de Nunes.

Segundo o diretor de Assistência Social da capital, um plano já foi elaborado e apresentado ao governo federal na busca por apoio.

“Nós temos um plano, que foi aprovado pelo Governo Federal, onde o mesmo diz que a capacidade da casa é de 50 migrantes, mas com a superlotação, já chegamos a 65 pessoas” disse.

Superlotação recorrente

Em agosto, a nova casa de passagem para os migrantes foi inaugurada na capital. À época, o secretário municipal de Direitos Humanos, Wellington Divino, informou que a obra custou R$ 60 mil, e que o lugar conta com 16 dormitórios, banheiros internos, área de convivência e lavanderia.

Em maio desse ano, o Ministério Público do Acre (MP-AC) havia instaurado um procedimento administrativo para acompanhar o cumprimento do Plano de Ação para Acolhimento de Imigrantes em situação de vulnerabilidade em Rio Branco. O órgão municipal apurava se o público estava recebendo ou não o devido acolhimento e assistência durante a passagem pela capital acreana.

À época, o órgão tinha recebido informações que relatavam a ‘ineficiência da assistência prestadas a população em situação de vulnerabilidade, em especial, as pessoas em trânsito migratório’. Isso porque o local estava com quase o dobro da capacidade.

Em junho, foi identificado que o abrigo para refugiados na capital estava superlotado. O abrigo estava com a capacidade para pouco mais de 30 pessoas, porém, possuía mais de 70 acolhidos, incluindo imigrantes e refugiados.