Há mais de dez dias bombeiros tentam apagar fogo em lixão em Rio Branco. Mais de 500 mil litros de água já foram usados no combate
“A gente fica meio indeciso, mas a necessidade exige”. A declaração é do serralheiro Paulo Oliveira que se arrisca em meio a fumaça tóxica do incêndio que já dura mais de dez dias no aterro de resíduos sólidos da Rodovia Transacreana, em Rio Branco.
Além de Oliveira, vários catadores continuam visitando o aterro em busca de recicláveis para vender e conseguir algum dinheiro durante o incêndio. Bombeiros e equipes da Prefeitura de Rio Branco estão no local desde o último dia 24 para tentar conter as chamas.
Leandro Silva Oliveira é outro que se arrisca para conseguir algo para vender e garantir o sustento da família. “A gente fica, mas tenho família e não vão dar dinheiro se não for atrás. Vendo e com um preço básico dá de viver”, falou.
Incêndio
Na quarta (2), completaram dez dias que o incêndio começou no aterro. As equipes de combate já usaram mais de 500 mil litros de água. A quantidade de água é suficiente para abastecer 500 famílias acreanas.
“Usamos em média 50 a 60 mil litros de água por dia. Se a gente colocar mil litros por residência, conseguiríamos abastecer 500 famílias”, explicou a cadete Laiza Mendonça, da assessoria do Corpo de Bombeiros do Acre.
Esse é o terceiro ano consecutivo que ocorre o incêndio no aterro sanitário. Em 2018, o fogo começou em julho e levou mais de 50 dias para ser combatido. Já em 2019, o incêndio iniciou no final do mês de agosto e só foi controlado 47 dias depois por bombeiros e equipes da prefeitura.
Em 2020, mesmo com os esforços, os bombeiros avaliam que o combate deve durar mais de 40 dias também. Uma equipe da Rede Amazônica esteve no local, nesta quarta, e conversou com os bombeiros sobre as dificuldades no combate.
“A dificuldade maior é atingir o ponto onde está queimando, tem muito entulho, madeira e lixo. Utilizamos as máquinas para atingir onde está queimando. Reviramos com as máquinas onde tem fumaça e jogando água”, disse o cabo Ruandison Castro.