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Mais de 500 imóveis em áreas de risco de Rio Branco devem ficar inabitáveis, estima Defesa Civil

Mais de 500 imóveis em áreas de risco de Rio Branco devem ficar inabitáveis, estima Defesa Civil

Situação se agravou após terceira maior enchente na capital e chuvas fortes dos últimos dias. Defesa Civil Municipal está em Brasília

O nível do Rio Acre tem estabilizado, porém fortes chuvas ainda são registradas na capital acreana nos últimos dias. Paralelo a isso, a Defesa Civil tem feito o trabalho de vistoria em imóveis localizados em áreas de risco da capital. Segundo a coordenação municipal da Defesa Civil, há registrados 2,4 mil pedidos de vistorias.

O coordenador da Defesa Civil Municipal, tenente-coronel Cláudio Falcão, disse que as vistorias são feitas nas 10 regionais da cidade e também na zona rural. A Defesa Civil está montando um relatório detalhado desses locais e, pela previsão, pelo menos 550 imóveis vão precisar ficar inabitados depois desses desastres naturais.

Rio Branco tem cerca de 14 mil pessoas vivendo em áreas de risco hidrológico e geológico, estima Defesa Civil Municipal

“Estou consolidando um relatório completo por cada bairro, cada área de risco, quantidade de imóveis, risco hidrológico, erosão, desabamento, estou trabalhando nisso para poder dar uma posição. Entre casas que desmoronaram, casas interditadas ou casas que não desmoronaram mas não tem condições de habitar, estamos em torno de 130 imóveis, só que estamos trabalhando com a possibilidade de ao menos 550 imóveis serem desabitados. São 550 famílias que não podem mais voltar com segurança para a casa e esse número pode ser ainda maior”, explica.

A capital acreana vivenciou a terceira maior enchente da história em 2023 e esta foi a mais rápida em termos de alcance de cotas históricas. O manancial chegou à marca de 17,72 metros no dia 2 de abril, são 3,72 metros acima da cota de transbordo, que é de 14 metros.

Pelo menos 75 mil pessoas foram atingidas, 42 bairros alagados e mais de 3,3 mil famílias que precisaram ser levadas a abrigos públicos. No total, mais de 15,4 mil moradores tiveram que deixar suas casas por conta da cheia do manancial. Além disso, 27 comunidades rurais estão isoladas, com 7,5 mil pessoas de mais de 1,8 mil famílias.

Reunião em Brasília

Nesta terça-feira (18), o coordenador da Defesa Civil Municipal está em Brasília onde vai se reunir com o ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, e repassar algumas informações detalhadas do impacto da enchente e enxurradas na capital.

Falcão acredita que o trabalho completo de vistoria ainda deve durar 60 dias, mas até o final de abril será possível saber quais são os casos mais graves.

“A vinda à Brasília foi uma convocação do ministro. O que tenho conversado com o governo estadual e federal é que inicialmente vamos precisar de 550 casas. Mas, não vamos conseguir construir 550 casas de hoje para amanhã, então essas pessoas devem ir para aluguel social até que a gente tenha essa habitações”, destaca.

Adiantar projeto

Uma das soluções apresentada pelo coordenador é o adiamento do programa da prefeitura de Rio Branco“Casas da Dignidade”, que promete entregar em um dia só 1.001 casas populares. A data inicial para essa entrega é 31 de março de 2024. Mesmo que não seja entregue o total planejado, Falcão destaca que algumas unidades já ajudariam no deficit habitacional, que no estado é estimado em 24 mil.

“Isso seria apenas de forma emergencial, porque temos um deficit habitacional de pelo menos 24 mil unidades. O que estou tratando é de emergência, porque é minha área. Neste momento, o ideal é conseguirmos alcançar pelo menos essas 550 casas”, pontua.

O segundo projeto de habitação da prefeitura é o “Minha Dignidade”. Nele, o prefeito pretende custear até 90% do terreno para moradia popular para servidores da prefeitura.

Para os servidores municipais que ganham de um até três salários mínimos, o custeamento da prefeitura será de 90% do valor do terreno; para os que recebem de quatro a cinco, será de 60% e para aqueles que recebem de seis a sete, será de 40%. Já a população em geral que recebe de um a três salários mínimos será contemplada em até 80% do custeamento do terreno.

Com relação ao estado, em seu segundo mandato o governador Gladson Cameli retornou com a Secretaria de Habitação e Urbanismo. No dia 14 de janeiro de 2019, quando iniciava o seu primeiro mandato, Gladson Cameli alterou os nomes de algumas secretarias e extinguiu outras. Entre as extintas, estavam a Secretaria de Estado de Habitação de Interesse Social (Sehab).

Ao retomar a secretaria, o governo está fazendo estudos e monitoramentos para identificar as possíveis prioridades e iniciar as construções.

desabamento 002 webLocal foi encoberto pelas águas do Rio Acre durante a cheia — Foto: Agatha Lima/Rede Amazônica

Pontos críticos

Falcão destacou ainda que, além das vistorias nas casas, há locais que precisam de atenção, sendo eles:

  • Ponte do Igarapé Redenção
  • Calçadão da Gameleira
  • Ponte Jarbas Passarinho