Benefício é destinado a famílias inscritas no Cadastro Único, com renda de até meio salário mínimo, com prioridade para quem recebe o Bolsa Família
Mais de 114,4 mil famílias no Acre serão beneficiadas com botijões de gás gratuitos a partir de novembro, pelo Programa Gás do Povo. A iniciativa deve alcançar 15,5 milhões de residências no Brasil, o equivalente a 50 milhões de pessoas.
A estimativa é de que 65 milhões de botijões sejam entregues por ano. O investimento previsto é de R$ 3,57 bilhões em 2025 e de R$ 5,1 bilhões em 2026. O programa foi lançado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, nessa quinta-feira (4).
Além de ampliar o atual Auxílio Gás, o benefício é destinado a famílias inscritas no Cadastro Único, com renda de até meio salário mínimo (R$ 759), com prioridade para quem recebe o Bolsa Família.
No estado, o valor do botijão varia de R$ 107 a R$ 135, segundo dados do governo federal. Mas, com o programa, o custo deixará de ser um peso para as famílias de baixa renda.
A previsão é que os primeiros botijões comecem a ser entregues em novembro. Em março de 2026, a expectativa é que o programa já esteja alcançando todos os beneficiários.
Como acessar o benefício
A retirada do botijão será feita diretamente nas revendas credenciadas e poderá ser autorizada pelo aplicativo do programa, cartão do Gás do Povo, vale impresso em agências da Caixa ou lotéricas, ou ainda pelo cartão do Bolsa Família. No ato da retirada, haverá validação eletrônica.
O acesso ao benefício será gerido pelo Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), que faz a gestão do Bolsa Família.
Quantidade por família
- até 3 botijões por ano para famílias com 2 integrantes;
- até 4 botijões por ano para famílias com 3 integrantes;
- até 6 botijões por ano para famílias com 4 ou mais pessoas;
Cada benefício terá validade de até 6 meses.
O que fazer se meu município não tiver revenda credenciada?
Distribuidores de GLP com participação igual ou superior a 10% no estado devem garantir a oferta do benefício em munícipios sem revenda credenciada.
Caso não haja revendas no munícipio, o beneficiário deverá se dirigir ao município mais próximo que tenha revenda credenciada.
Menos lenha
A nova política pública pretende promover o uso seguro e saudável do gás de cozinha, reduzindo a dependência da lenha, que causa doenças respiratórias, impacta a qualidade de vida e compromete a saúde pública.
Mais saúde
O uso de lenha para cozinhar expõe milhões de brasileiros, especialmente mulheres e crianças, a altos níveis de poluentes tóxicos, como monóxido de carbono e material particulado fino. Dados do IBGE (2022) indicam que 12,7 milhões de famílias fazem uso combinado de lenha e botijão de gás (GLP) para cozinhar, (17% das residências brasileiras), sendo que destas, cerca de 5 milhões são famílias de baixa renda.
Infecções respiratórias
As concentrações de poluentes na queima de lenha podem ser até 33 vezes superiores aos limites recomendados pela Organização Mundial de Saúde (OMS), aumentando de duas a três vezes o risco de infecções respiratórias graves em crianças pequenas e contribuindo para o desenvolvimento de doenças pulmonares crônicas em mulheres expostas diariamente.
Mais tempo
Famílias que usam lenha precisam despender, em média, 18 horas por semana na coleta de lenha, ação associada à redução do tempo de estudo e frequência escolar de crianças. De acordo com a Empresa de Pesquisa Energética (EPE, 2023), o GLP tem grande capilaridade no Brasil, atingindo 91% dos domicílios nacionais.