Número de exames que esperam ser retirados pelas mulheres é desde 2019 e alguns, segundo a gerência, apresentaram alteração e precisam ser avaliados pelo médico
Dos exames de mamografia feitos desde 2019 no Centro de Controle Oncológico do Acre (Cecon), em Rio Branco, 1.489 ainda aguardam para serem retirados pelas mulheres. O número foi repassado ao g1 nesta quarta-feira (27) pela gerência da unidade, que alertou para importância do exame na prevenção do câncer de mama.
A gerente, Carina Hechenberger, afirma que, em alguns casos, os exames apresentam alteração e precisam ser avaliados pelo médico especialista, mas o contato deixado pela paciente, muitas vezes não é válido.
A mamografia é recomendada pelo Ministério da Saúde como exame para o rastreamento de lesões pré-cancerígenas, as precursoras do câncer de mama, que segundo a gerente é o câncer que mais acomete mulheres no Brasil e, se identificado precocemente, apresenta alta taxa de cura.
“Dentro do fluxo de atendimento, havendo alguma alteração detectada no resultado da mamografia, a mulher precisa ser avaliada pelo médico especialista, o mastologista, sendo atendida no Cecon. Porém, há casos em que o Cecon não consegue localizar a mulher através do contato telefônico informado no ato do exame e, como a mulher não retorna para buscar o exame, o cuidado de saúde necessário para acompanhar essa alteração no resultado da mamografia é impossível, podendo ocorrer o agravamento da lesão e comprometendo o tratamento necessário”, afirmou Carina.
No Cecon são disponibilizados 40 exames diariamente, agendados por meio das unidades básicas de saúde, com solicitação do profissional de saúde para todas as mulheres a partir dos 40 anos. Conforme balanço, em 2019 foram feitas 53.697 mamografias, em 2020 foram 19.173 e em 2021 foram 30.854 exames.
“É um exame rápido, não invasivo e com mínimo incômodo. O resultado é entregue em até 30 dias. Apesar da grande importância do exame, muitas mulheres não retornam para buscar o resultado e apresentar ao profissional de saúde que solicitou”, disse.
O Cecon funciona de segunda a sexta-feira e a mulher pode fazer a retirada do resultado da mamografia no horário de 8h às 16h, apresentando o documento de identificação e o número do protocolo entregue no dia em que realizou o exame.
Cai número de exames em Rio Branco
As mulheres de Rio Branco com idade entre 50 a 69 anos estão menos atentas aos riscos de câncer e reduziram a realização de exames necessários para prevenir a doença. É o que mostra a Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), divulgada pelo Ministério da Saúde.
Em meio à pandemia da Covid-19, o percentual das moradoras da capital acreana que fizeram mamografia, exame que pode detectar o câncer de mama, caiu de 66,31%, em 2019, para 64,40%, no ano passado.
Quanto à prevenção ao câncer de colo do útero, o estudo apontou que 75,20% das mulheres entre 25 a 64 anos informaram, em 2021, que fizeram o exame de citologia oncótica, mais conhecido como “papanicolau”, nos últimos três anos. Esse percentual, em 2019, estava em 81,66% mulheres de Rio Branco.
Quanto à prevenção ao câncer de colo do útero, o estudo apontou que 75,20% das mulheres entre 25 a 64 anos informaram, em 2021, que fizeram o exame de citologia oncótica, mais conhecido como “papanicolau”, nos últimos três anos. Esse percentual, em 2019, estava em 81,66% mulheres de Rio Branco.
A gerência do Cecon atribuiu à pandemia a baixa nos índices de exames. Segundo ela, por conta da emergência de saúde, a orientação dada pelo poder público foi que as pessoas ficassem em casa, evitassem aglomerações e, por isso, muitos atendimentos acabaram sendo deixados de lado.
Casos de câncer em mulheres
Segundo dados divulgados a pedido do g1, mês da prevenção ao câncer de mama e colo do útero, o Acre registrou 168 casos da doença em 2021. O levantamento foi feito pelo Núcleo de Prevenção de Doenças Crônicas da Secretaria Estadual de Saúde.
Ao todo, foram 63 casos de câncer de mama no estado. Já com relação aos casos de câncer do colo do útero foram 105 mulheres diagnosticadas com a doença.
Apesar da pandemia da Covid-19 e da redução nos atendimento e exames nas unidades de saúde, o número de diagnósticos de câncer de mama e de colo do útero em 2020 e 2021 foi maior que em 2019, antes da pandemia. Conforme os dados, em 2019 foram registrados 72 casos de câncer de mama e 68 casos de câncer do colo do útero, totalizando 140 diagnósticos. O que representa um aumento de 20% em relação a 2020.