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Mães devem buscar postos de saúde e UPAs em casos de crianças com síndromes gripais no AC, orienta Sesacre

Mães devem buscar postos de saúde e UPAs em casos de crianças com síndromes gripais no AC, orienta Sesacre

Governo divulgou, nesta terça-feira (21), linha de cuidado da Rede de Urgência e Emergência para as Infecções respiratórias Agudas no estado. Procura pelo Pronto Socorro de Rio Branco deve ocorrer apenas para casos graves com risco de morte

Postos de saúde de bairros, Unidades de Pronto Atendimento (UPA) e o Pronto Socorro. Essa é a ordem das unidades hospitalares que devem ser buscadas pelas mães que estão com os filhos com síndrome gripais. Nesta terça-feira (21), a Secretaria de Saúde do Acre (Sesacre) divulgou a linha de cuidado da Rede de Urgência e Emergência (RUI) no caso de Infecções Respiratórias Agudas.

O chefe da RUI, Edvan Meneses, passou as orientações à população em caso de atendimento no pronto-socorro. Ele destacou que o principal ponto de atendimento é a atenção básica de saúde, que inclui o ponto de saúde dos bairros. São essas unidades que vão oferecer os primeiros atendimentos e evitar que quadros recentes não evoluam para casos de média e alta complexidade.

As mães devem buscar essas unidades logo no primeiro sintoma de gripe, como coriza, falta de apetite, febre e choro. “O objetivo da assistência de saúde é a prevenção, fazer com que os quadros de síndrome gripal não evoluíam para bronquiolites ou pneumonia. Temos que procurar a atenção básica de saúde no início dos sintomas. É muito importante fazer isso”, confirmou.

O segundo ponto de atendimento é a atenção de média complexidade, as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs). Essas unidades devem ser buscadas quando a criança, adolescente ou outro paciente que estiver com gripe não melhore os sintomas.

“É importante procurar a atenção primária no início dos sintomas para que o quadro não agrave e não seja necessário a gente chegar à terceira esfera, que é a unidade hospitalar e grau de maior complexidade e que exige maior tecnologia (PS). Não queremos que a criança chegue até esse grau de complexidade. É interessante que a população entenda que temos uma linha de cuidado, os graus de complexidade”, frisou Meneses.

ps webPronto Socorro de Rio Branco deve ser buscado em casos de risco de morte — Fotos: Odair Leal/Secom

O terceiro ponto de atendimento da Saúde estadual é ao Pronto Socorro. Meneses acrescentou que a unidade costuma atender entre 250 a 300 pessoas durante os fins de semanas e que cerca de 80% desses pacientes poderiam ser atendidos nos postos de saúde ou UPAs.

Ele garantiu que as mães que buscarem a unidades com crianças gripadas vão receber atendimento, contudo, a consulta deve demorar por conta do protocolo do Ministério da Saúde que orienta prioridade aos casos de urgência e emergência e tem risco eminente de morte.

“Vai procurar uma UPA se o quadro permanecer, se a febre aumentar. Você vai ser encaminhada automaticamente porque existe essa conversa entre os pontos de atenção e, se necessário, temos o grau de complexidade que é o pronto-socorro, mas pedimos que as mães busquem de início e prioritariamente a unidade básica de saúde. Temos que voltar com a rotina de ir no posto de saúde, no médico, fazer exames de rotina e não buscar o médico quando estiver uma patologia instalada ou um quadro gripal como é esse nosso momento agora”, aconselhou.

Fase sazonal

O chefe da Rede de Urgência e Emergência relembrou também que todo ano o número de atendimento de síndromes gripais em crianças aumenta no estado, a chamada de fase sazonal. Porém, devido ao isolamento social imposto na pandemia, aumentou a gravidade das infecções respiratórias.

“Passamos dois anos em isolamento por causa da Covid, então, este ano todo mundo saiu do isolamento, como falei, perdemos o costume de ir no postinho fazer consulta preventiva, nossa taxa vacinal está muito baixa e isso tudo colabora para que o número de casos aumente e para que a gravidade também aumente”, complementou.

O Acre registrou, até este mês de junho, 10 mortes de crianças vítimas de Síndromes Respiratórias Graves (Srag). O Ministério Público Estadual (MP-AC) instaurou dois procedimentos para investigar as denúncias de pais que afirmaram ter ocorrido negligência no atendimento.

Nessa segunda (20), algumas mães foram recebidas por dois promotores e mais servidores do Centro de Atendimento à Vítima (CAV). Além do MP, a Secretaria Estadual de Saúde (Sesacre) informou que foi instaurado um procedimento administrativo para apurar o caso e também um grupo de trabalho foi montado pela Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Acre (OAB-AC) para apurar as denúncias.

Na última semana, o governador Gladson Cameli chegou a receber um grupo de mães a portas fechadas.

Após a reunião, a secretária de Saúde do Acre, Paula Mariano, falou sobre os casos e garantiu que todas as mortes estão sendo investigadas. Uma sindicância foi aberta a pedido do chefe do executivo para que os casos sejam apurados, algumas mães, inclusive, já foram ouvidas nesta terça (21).

Comitê de acompanhamento

O governo publicou, no último dia 15, o decreto 11.071 de criação do Comitê de Acompanhamento Especial das Síndromes Respiratórias (Caerp) no estado.

Esse aumento dos casos expôs a falta de estrutura dos hospitais para atender crianças, já que o PS é a referência para atendimentos graves na capital.

Pais das crianças que morreram com a doença acusam o estado de negligência e denunciam falta de estrutura e medicamentos nessas unidades. Por isso, no último dia 10, o Conselho Regional de Medicina do Acre (CRM-AC) fez uma fiscalização no PS da capital.