Em seguida, mulher recebeu e-mail da Uber informando que cancelamento foi porque passageiro não usava máscara ou proteção facial, sendo que, por lei, autistas não são obrigados a usar máscara
A bancária Janielli Oliveira, de 34 anos, denunciou nas redes sociais que o filho de 3 anos, que tem autismo, e a babá foram expulsos do carro de um motorista de aplicativo durante uma corrida em Rio Branco.
Segundo ela, o condutor se irritou com a forma que a criança entrou no carro. E, ao dizer: “ei, cuidado com os pés”, o homem foi informado pela babá que deveria baixar o tom e falar com mais calma porque se tratava de uma criança autista. Em seguida, ele mandou que os dois descessem do veículo e cancelou a corrida.
O G1 entrou em contato com a Uber e aguarda posicionamento. O caso tomou bastante repercussão após uma postagem na internet.
O caso aconteceu na última sexta-feira (21). Após a situação, a mulher recebeu um e-mail da Uber com a informação de que o motorista cancelou a corrida porque os passageiros não estavam usando máscara ou proteção facial.
No entanto, por lei, o uso de máscara não é obrigatório para pessoas com transtorno do espectro autista, com deficiência intelectual ou com quaisquer outras deficiências que as impeçam de fazer o uso adequado ou crianças menores de três anos.
Janielli afirmou que a babá da criança estava usando máscara no momento e que, inclusive, o próprio motorista era quem não usava a proteção. Segundo ela, havia duas máscaras penduradas no retrovisor do carro e a babá chegou a pedir que ele usasse.
“Meu filho faz tratamento todos os dias e, como trabalho fora, ele vai com a babá de Uber e eu que solicito o veículo. Sempre tem um motorista mais estressado, algo do tipo, então eu já comunico que meu filho é autista e que não usa máscara. Isso já para evitar qualquer tipo de situação como essa e normalmente os motoristas não têm nenhum tipo de problema. Nesse dia, solicitei o Uber e como estava muito em cima, ele logo chegou na minha casa e eu não conversei como ele, embora eu não tenha essa obrigação de fazer esse comunicado”, disse a mãe.
A bancária continuou contando que para conseguir chamar um outro motorista pelo aplicativo, depois que a corrida foi cancelada, teve que fazer uma selfie mostrando que estava usando máscara.
“Então, temos dois pontos,: o primeiro do Uber ter mentido, porque, inclusive, minha câmera de segurança mostra a babá entrando e saindo do carro usando máscara. Outra que a empresa Uber precisa fazer um ajuste no aplicativo, porque e se eu fosse autista e não usasse máscara, eu não ia pegar um Uber? Porque eu só iria conseguir solicitar se tirasse selfie comprovando que estava usando máscara.”