Acumulado de chuva na capital acreana chegou a 1,4 milímetro durante julho, que acaba neste domingo (31). O esperado para o mês era 29,1mm. Nível do Rio Acre chegou a 1,75 metro
O mês de julho termina neste domingo (31) praticamente sem registrar chuvas na capital Rio Branco. Dados da Defesa Civil Municipal mostram que o acumulado de chuvas durante o mês é de 1,4 milímetro, menos de 5% do total esperado que era 29,1 mm.
A primeira chuva registrada na capital foi no dia 17 de julho, porém, a quantidade registrada não chegou a 1 milímetro. As previsões apontam dias sem chuvas significativas em agosto e setembro.
O órgão municipal mostram que até abril a capital acreana tinha uma relativa quantidade de chuva que mantinha o nível do Rio Acre alto. A partir de maio, as chuvas ficaram abaixo da média.
Os dados mostram que:
- Maio - era esperado 102,8 mm e choveu 63,50 mm;
- Junho - era esperado 36,5 mm e choveu 71,30 mm;
- Julho - esperado era 29,1 mm e choveu 1,4 mm.
Com a falta de chuvas, o nível do Rio Acre continua baixando significativamente. Entre segunda-feira (25) e este domingo, o manancial baixou 11 centímetros em Rio Branco. O coordenador da Defesa Civil Municipal, tenente-coronel Cláudio Falcão, relembrou que os meses de agosto e setembro são muito críticos em relação a seca e chuvas.
“Não choveu nada no mês de julho, temos previsão de chuvas para agosto, mas é um problema a mais, porque as chuvas de agosto e setembro são em forma de temporais, não resolvem a questão da seca, chove muito em um único momento, que não tem encharcamento de solo e ainda traz vendavais com possibilidade de queda de árvores, muro, destelhamento de casas e todos esses transtornos que a gente vive todos os anos”, explicou o Falcão.
Outro problema causado pela seca e falta de chuvas são os incêndios ambientais. “A umidade relativa do ar está baixando. A partir do momento que ela alcança 30% a 35% e a temperatura é acima de 30º C, então, fica propício para os incêndios, o que gera mais transtornos para a comunidade em geral. Aumenta o número de queimadas, de doenças respiratórias, vai trazer ondas de calor totalmente secas, afeta o abastecimento de água e perdas da agricultura”, lamentou.
‘Operação de guerra’
A seca já prejudica comunidades e áreas rurais da capital. Desde a primeira quinzena do mês a Defesa Civil Municipal leva água para quase 3 mil famílias de 18 comunidades rurais e periurbanas durante Operação Estiagem.
“As localidades são distantes, temos dificuldades de acesso do caminhão, temos que abastecer muita gente e fazemos isso diariamente. Então, quanto mais aumenta [quantidade de comunidades atendidas] temos que ampliar também a operação, que é uma operação de guerra mesmo porque é bem suada”, concluiu.
Em 2021, a operação atendeu 17 comunidades com mais de 8,3 mil beneficiados. A ação é feita desde 2019.
Menor cota
O Rio Acre se aproxima da menor cota já registrada desde 1971, ano em que começou a ser monitorado. A menor marca foi 1,30 metro, no dia 17 de setembro de 2016, segundo a Defesa Civil Municipal.
Assim como nos outros anos, o nível do rio começou a baixar em maio deste ano, mas, em junho, o período de estiagem ganhou força. A partir de então, começou a sofrer um decréscimo com poucos dias de estabilidade.