Desde que alguns rios do Acre sinalizaram a possibilidade de transbordamento em razão das chuvas, a procuradora-geral de Justiça do Ministério Público do Estado do Acre (MPAC), Kátia Rejane de Araújo Rodrigues, reinstalou, de imediato, o Grupo Especial de Apoio e Atuação para Prevenção e Resposta a Situações de Emergência ou Estado de Calamidade devido à Ocorrência de Desastres (GPRD), para fortalecer a atuação do MPAC no atendimento à população afetada pelas cheias.
Até o momento, os rios já transbordaram nas cidades de Rio Branco, Sena Madureira, Tarauacá, Cruzeiro do Sul, Feijó, Santa Rosa do Purus, Rodrigues Alves e Manoel Urbano, deixando dezenas de famílias desabrigadas. Através do GPRD, o MPAC está acompanhando de perto e auxiliando a população e as prefeituras, a fim de garantir a segurança de todos.
Mesmo que as cheias sejam uma situação recorrente no estado, a desse ano apresenta um forte agravante e exige ainda mais atenção na assistência à população, tendo em vista os riscos de contaminação pela COVID-19 e o surto de dengue que o estado enfrenta. Em cada cidade, o MPAC tem empreendido todo o esforço possível para prestar a assistência necessária à população nesse momento tão delicado.
Rio Branco
Em Rio Branco, a Defesa Civil informou nesta quinta-feira, 18, que o Rio Acre atingiu e marca de 17,0 metros. No momento, existem 536 pessoas desabrigadas, que integram 174 famílias, sendo que 115 estão em casas de parentes e 59 famílias nos abrigos da Prefeitura. Na manhã desta quinta-feira, 18, os promotores de Justiça que compõem o GPRD em Rio Branco, Marco Aurélio Ribeiro e Almir Branco, estiveram nos abrigos, juntamente com o prefeito de Rio Branco, Tião Bocalom.
“O Ministério Público está acompanhando a situação em todo o estado, por meio do GPRD que tem atuação em todas as regionais. Nós estivemos hoje no Parque de Exposições onde está funcionando o abrigo e, juntamente com o prefeito de Rio Branco, acompanhamos a situação dessas famílias, bem como sua segurança e dignidade. O MPAC através do GPRD está à disposição do Poder Público e da população para ajudar nesse momento”, disse Ribeiro.
Em Sena Madureira
Em Sena Madureira, a Defesa Civil informou nesta quinta-feira, 18, que o Rio Iaco atingiu e marca de 17,43 metros deixando 250 famílias (1.300 pessoas) desabrigadas. Essas pessoas foram alojadas em escolas, quadras e barracões, e o MPAC está acompanhando todas as determinações que impeçam a propagação do Coronavirus. O coordenador do GPRD no município, promotor de Justiça Thales Ferreira, disse que o MPAC pediu esforços para organizar os abrigos e para que o efetivo do Corpo de Bombeiros fosse reforçado no município.
“Hoje estamos com 20 abrigos em Sena Madureira, estou presente dentro deles fiscalizando desde a triagem, junto à Assistência Social, o Corpo de Bombeiros, a Policia Militar e a Prefeitura. Fiscalizamos o uso de mascara, o respeito às regras de distanciamento, atentos também a questões de saúde, para em casos de sintomas, acionarmos a Secretaria de Saúde. Também fazemos o trabalho de conscientização, reforçando que a pandemia ainda não acabou e é necessário o uso de máscara e outras prevenções”, contou Ferreira.
Cruzeiro do Sul
Em Cruzeiro do Sul, com as cheias do Rio Juruá cerca de 600 famílias tiveram suas casas atingidas pelas águas, e agora estão abrigadas em escolas - uma família por sala, na tentativa de obstar a propagação do Coronavirus. O promotor de Justiça Leonardo Honorato Santos, que coordena as ações do GPRD no município, disse que o MPAC está acompanhando a prefeitura no atendimento aos desabrigados na segunda maior cidade do Acre.
“Estamos acompanhando o trabalho da Prefeitura para alocar as famílias nas escolas, que, inclusive, está sendo alocada uma família por sala. Também estamos acompanhando e fiscalizando o uso de máscara, o respeito às regras de distanciamento, sempre atentos às questões de saúde e, enquanto Ministério Público, prestando o devido apoio e assistência à população”, disse o promotor de Justiça.
Outras cidades do Acre
Em outras cidades do estado onde os Rios também já transbordaram, como Tarauacá, Feijó, Santa Rosa do Purus, Rodrigues Alves e Manoel Urbano, o MPAC também está tomando todas as providências em atenção à população nesse momento. A ordem é para que, através do GPRD, todas as famílias sejam assistidas e que essa assistência seja feita de forma segura por parte do Poder Público.