Novo decreto edita o Pacto Acre sem Covid que não autorizava música ao vivo e som ambiente em volume elevado em nenhuma das quatro fases. Com 27.397 pessoas infectadas, Acre está fase amarela, de atenção
Os bares, restaurantes, pizzarias e lanchonetes vão poder voltar a ter música ao vivo em todo o estado com algumas restrições, após decisão do Comitê de Acompanhamento Especial da Covid-19. Um novo decreto que edita o Pacto Acre sem Covid foi publicado na edição desta quinta-feira (24) do Diário Oficial do Estado.
O Pacto Acre sem Covid, que determina as condições para a retomada gradual das atividades no estado durante a pandemia, está dividido em quatro fases, sendo a vermelha, de emergência; alerta, simbolizada pela cor laranja; atenção, pela cor amarela; e cuidado na cor verde.
Conforme texto original, em nenhuma dessas fases era permitido música ao vivo e som ambiente em volume elevado. O Acre atingiu 27.397 infectados pelo coronavírus e 652 mortes nessa quarta-feira (23), segundo dados da Secretaria Estadual de Saúde e está na fase amarela do plano.
O novo decreto determina autoriza a atividade de música ao vivo com a diminuição do volume do som em 20% do total de decibéis permitidos, conforme licenciamento ambiental. Outra condição é com relação ao limite de integrantes no grupo musical, que não pode ser mais de seis por apresentação.
Para o retorno dessa atividade, o Comitê determinou ainda a redução do horário de apresentações e o limite é até 22h. Está proibido o uso de instrumentos de sopro.
O estabelecimento deve criar uma barreira física, de acrílico ou outro tipo, entre o cantor e o público. Além disso, é preciso que haja distanciamento mínimo de quatro metros entre a banda e os clientes.
Com a suspensão de atividades em bares, restaurantes e shows, os músicos chegaram a usar as redes sociais para fazer apresentações ao vivo. Durante as lives no Instagram, os músicos anunciavam os produtos das empresas e, com isso, garantiam o cachê.
Um dos articuladores da câmara temática de música do município de Rio Branco, Adonay Brasil disse que inicialmente a categoria precisou se organizar e eleger uma representação para buscar discutir com o governo a melhor alternativa de retomada.
“Nós fomos afetados de uma forma muito contundente pela pandemia, não que as outras classes de trabalho não tenham sido. Ser artista na Amazônia já é um desafio diário, você mata dois leões por dia, e veio a pandemia. Estávamos preocupados, porque fomos os primeiros a parar e os últimos a voltar. Nós nos organizamos, procuramos ouvir todos os artistas de todos os gêneros. Para tudo se tem um protocolo de segurança e com a música não ia ser diferente”, disse.
O músico informou que todos os protocolos estabelecidos foram decididos em conjunto e que além dos citados no decreto está a questão de não poder compartilhar microfones, manter higiene dos instrumentos e só quem pode estar sem máscara é o cantor.
“Uma coisa é fato, nenhum ser humano deve ficar alheio ao que está acontecendo, existe uma pandemia e a gente não pode ser uma ferramenta de disseminação irresponsável. A gente tem que trabalhar, levar o sustento para casa, mas não pode ser irresponsável com o que está acontecendo. Esses protocolos estabelecidos ficaram bem bacanas e dentro do padrão que a gente possa voltar a trabalhar”, afirmou Brasil.