Estação de tratamento de água foi ameaçada por erosões após cheia do Rio Acre em março. Situação é estável, mais ainda há movimentação do solo, segundo diretor do Saerb
A situação de emergência da Estação de Tratamento de Água II foi reconhecida pelo governo federal. A portaria, assinada pelo secretário nacional de proteção e defesa civil, Wolnei Barreiros, foi publicada no Diário Oficial da União nesta quinta-feira (9). A ETA sofreu com erosões constantes desde que as águas do Rio Acre baixaram após a enchente em março deste ano.
O prefeito de Rio Branco Tião Bocalom (PL) havia assinado, no começo de abril, o decreto de emergência por causa da situação. O documento tem validade de 180 dias. Na ocasião, o gestor disse que a ação facilitaria a compra de insumos para restaurar a estação de tratamento sem que fosse necessário passar pelos processos normais de licitação.
“Facilita a gente comprar peças, comprar máquinas, comprar motores pra poder atender rapidamente”, disse na época.
O diretor-presidente do Serviço de Água e Esgoto de Rio Branco (Saerb), Enoque Ferreira, explicou ao g1 que atualmente a ETA está estável, mas ainda é possível perceber movimentação no solo ao redor dela. A ETA II é responsável pela cobertura de 60% dos bairros da capital.
Ferreira disse ainda que está em Brasília buscando recursos junto ao Ministério das Cidades e Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional. Ele disse ainda que a situação no abastecimento voltou quase normal.
“A captação e tratamento estão normalizados. Estamos tendo reclamação pontual na parte alta e estamos investigando, porque também era para estar normalizado” enfatizou.
Sequência de problemas
Desde a cheia do Rio Acre que a população da capital enfrenta problemas para receber água. Em março, a distribuição foi reduzida e chegou a ser suspensa porque as estações I e II apresentaram problemas. De acordo com o Saerb, as equipes conseguiram concluir a manutenção ainda naquele mês.
Logo depois, no início de abril, a captação voltou a ser reduzida na ETA II por conta de um desmoronamento de terra que compromete a estrutura. Foram três bairros afetados pela redução. No dia 2 daquele mês, o coordenador da Defesa Civil Municipal, tenente-coronel Cláudio Falcão, esteve na ETA II para uma avaliação na estrutura.
O coordenador destacou que houve uma vazão muito rápida do nível do Rio Acre. Em menos de um mês, as águas baixaram de 17,89 metros, maior cota registrada este ano, para 4,48 metros nesta terça. O rio baixou mais de 13 metros neste período.
“Com isso arrastou, evidentemente, o solo aqui. Nessa mesma data ano passado o rio estava com mais de 17 metros. Mostra que precisamos buscar soluções viáveis para poder fazer o abastecimento de água para Rio Branco”, argumentou.
No dia 25 de abril, uma pane elétrica em uma unidade elevatória comprometeu o abastecimento de água em Rio Branco. Dessa vez, o problema ocorreu no Centro de Reservação Central do bairro João Eduardo. Cerca de 50 bairros das seguintes regionais tiveram o abastecimento comprometido.
A previsão era que o serviço fosse normalizado até dia 30 de abril, porém, no dia seguinte 1º de maio ocorreu a nova interrupção.
“Teve um princípio de incêndio, que atingiu dois painéis, tivemos que desligar todo o sistema e também prejudicou até a rede da Energisa. [Equipes] Foram lá de madrugada, fez a parte [de manutenção], mas precisava trocar esses equipamentos. Tínhamos equipamentos de reserva, mas para trocar não é fácil, tem um fusível que não tem aqui, vimos em Porto Velho e estamos tentando realocar agora”, explicou o diretor-presidente do Saerb, Enoque Pereira.