Duas famílias da Rua Toshiba, bairro Novo Horizonte, em Rio Branco, já foram retiradas da área, sendo uma levada para o Parque de Exposições Wildy Viana e outra está com parentes. Até esta sexta-feira (8), a capital havia registrado 142,8 milímetros de chuva e o esperado para todo mês é 289 milímetros
Moradores da Rua Toshiba, bairro Novo Horizonte, em Rio Branco, estão preocupados com os deslizamentos de terra que se agravou na região por conta das fortes chuvas que atingem a capital acreana. Duas famílias já foram retiradas da área, sendo uma levada para o Parque de Exposições Wildy Viana e outra para a casa de parentes.
Morador teve que sair e fica na casa de um amigo por conta do risco de desmoronamento na Rua Toshiba — Foto: Murilo Lima/Rede Amazônica Acre
Nos primeiros oito dias de março, conforme a Defesa Civil Municipal, já choveu quase 50% do esperado para todo mês. Até esta sexta-feira (8), a capital registrou 142,8 milímetros de chuva, sendo que o esperado para março é 289 milímetros.
O roçador Wendel da Silva, de 36 anos, teve de sair de casa e se mudar para um amigo. A casa dele uma residência pequena de madeira, fica ao lado de um terreno que cedeu nos últimos dias por causa da chuva. A família vive na área há cinco anos.
Com o deslizamento, fendas se abriram no chão e parte do muro desabou. Já outra parte da edificação também cedeu e está sustentada por pedaços de ferro e madeira. A mulher e o filho dele, de 1 ano, foram para Feijó, no interior, para casa dos parentes.
“Faz uma semana que começou esse desbarrancamento, começou simples, tentei evitar plantando plantas ali embaixo, mas não deu certo, tentei colocar umas ‘perna-mancas’, mas nada deteve e a rachadura está aumentando. A gente fica apavorado diante dessa situação”, lamentou.
Mesmo com o risco da casa desmoronar, o morador não retirou nenhum objeto Todos ficaram dentro do imóvel. Na casa ao lado, parte da estrutura de sustentação cedeu. Tábuas foram improvisadas para tentar evitar um desabamento.
“A gente espera que algum órgão ajude a gente porque não temos condições. Esse barranco tinha quebrado lá embaixo, mas foi coisa mínima, não imaginávamos que ia chegar nessa situação. Não tem mais como voltar, não vamos colocar nossa vida em risco, precisamos de assistência, não temos condições”, lamentou.
Outra parte do muro é sustentada com pedaços de madeira — Foto: Murilo Lima/Rede Amazônica Acre
Construção prejudicada
Em outra área, o deslizamento causou um grande estrago. A terra cedeu aproximadamente um metro. Técnicos da defesa civil estiveram no local para averiguar a situação esta semana.
A área pertence ao pastor Evanilson Soares, que estava construindo pela segunda vez uma casa para a filha. Ele contou que essa é a segunda vez que há deslizamento de terra na região. “Esse murro já foi reerguido aí duas vezes. Mas, o barro que colocaram, não fizeram o serviço direito, vai escorrendo, descendo e vai bater lá no canal. Essa é a segunda vez que acontece isso. Aí o prejuízo. Infelizmente, o prejuízo fica com a gente. Aí é ter paciência, ver o que vai fazer e construir tudo de novo”, lamentou.
Estrutura que pastor estava levantando para casa da filha ameaça cair — Foto: Murilo Lima/Rede Amazônica Acre
Em outra oportunidade, o pastor diz que técnicos estiveram no local, fizeram uma avaliação da região e garantiram que o terreno dele era seguro. Contudo, ele diz que não houve novas análises para saber se a terra estava se movendo.
“Não voltaram mais para ver se a terra estava afastando, se estava descendo. Nunca mais vieram fazer mais nada. Tem que vir averiguar enquanto o prejuízo está pouco. O prejuízo já foi. E com certeza ninguém vai ressarcir. Somos nós mesmo que vamos tornar construir de novo”, disse.