Baixa umidade relativa do ar, estiagem prolongada e aumento do número de focos de calor e de queimadas
deixam o Acre em situação de vulnerabilidade ambiental e criticidade em termos de risco de fogo. Por este motivo, representantes de instituições federais, estaduais, municipais e ONGs, que fazem parte da Comissão Estadual de Gestão de Riscos Ambientais (CEGdRA) e do Comitê Gestor Institucional de Plano de Prevenção e Controle do Desmatamento e Queimadas – PPCDQ, se reuniram na manhã desta sexta-feira, 9, de forma emergencial e decidiram decretar estado de alerta ambiental no Acre.
O decreto deverá ser publicado no Diário Oficial do Estado (DOE) de segunda-feira, 12. A Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) irá oficializar as ações institucionais e elaborar um plano estratégico sobre a situação de alerta ambiental, mas as ações para reduzir o impacto das queimadas no Acre já começaram. Treze instituições presentes à reunião se comprometeram a tomar medidas mais severas para conter o uso do fogo, com estratégias de controle, fiscalização integrada, abertura de canal de denúncias e educação ambiental.
A decretação de alerta ambiental tem como objetivo evitar o agravamento da situação atual, considerando que o período de estiagem deverá se estender por mais três meses. “Precisamos levar em conta também a elevada concentração de fumaça na atmosfera por causa das queimadas tanto nas áreas urbanas como nas rurais, colocando em risco a saúde da população, especialmente dos grupos de maior vulnerabilidade, como crianças e idosos”, diz o secretário de Meio Ambiente, Israel Milani.
No período entre 1º de janeiro a 9 de agosto de 2019, o Acre encontra-se em oitavo lugar entre os estados da Amazônia Legal que mais queimaram, com 1.257 focos. Somente nos primeiros sete dias de agosto, o Acre subiu neste ranking, passando a ocupar o quinto lugar com nível de criticidade elevado acumulando em sete dias 50% do total de focos de todo o ano de 2019.
Rio Branco é um dos municípios mais atingidos, contabilizando os sete primeiros meses do ano, seguido de Sena Madureira, Tarauacá, Feijó e Manoel Urbano. Já nos primeiros oito dias de agosto, Sena Madureira apresentou o maior número de focos de queimada e na variação diária cidades como Feijó, Tarauacá, Manoel Urbano e Rio Branco.
A região de Assis Brasil também preocupa pelo número de focos de queimada na região de fronteira com a Bolívia, de onde provém parte da fumaça que os moradores da região do Baixo Acre estão recebendo, principalmente a partir do feriado. O município de Assis Brasil está em situação de vulnerabilidade ainda por registrar 16 dias sem chuva, 50% a menos em relação ao esperado para o período.
A diretora executiva da Sema, Vera Reis, diz que o risco de fogo considera critérios como temperatura, umidade relativa do ar, dias sem chuva, estresse térmico da vegetação e déficit hídrico do solo e que o Acre apresenta, no momento, todas essas condições. “Tem a preocupação com a seca, pois o rio Acre entrou em alerta máximo de estiagem em todos os pontos de monitoramento e temos muitas queimadas nas áreas urbanas e periurbanas das cidades”, explica.
Agência Notícias do Acre