Rito ficou suspenso na cidade do interior do Acre desde 2020, por conta da pandemia da Covid-19. Cerca de cinco mil fiéis católicos acompanharam a tradicional procissão pelas ruas de Cruzeiro do Sul nesta sexta (15)
Após dois anos suspensa por conta da pandemia de Covid-19, a Via Sacra voltou a ser feita em Cruzeiro do Sul, no interior do Acre, nesta Sexta-Feira da Paixão (15). Cerca de cinco mil fiéis católicos acompanharam a tradicional procissão pelas ruas da segunda maior cidade acreana, segundo a organização.
O ritual religioso lembra o trajeto seguido por Jesus Cristo até o calvário e integra a celebração da Semana Santa, que começou no Domingo de Ramos (10) e termina dia 17, domingo de Páscoa.
A procissão começou em frente à Catedral Nossa Senhora da Glória, no Centro da cidade, e terminou na Paróquia Nossa Senhora Aparecida, na Avenida 25 de agosto, onde ocorreu a encenação da morte de Cristo.
“Para nós, Cristo e igreja são realidades semelhantes e estreitamente unidas, não há Cristo sem igreja e não há igreja sem Cristo. O dia de hoje, como estabelece a igreja, é um dia de penitência, é um dia de meditação, jejum, abstinência e silêncio. Por isso, a igreja, seguindo os passos de Jesus, também vive a sua peregrinação rumo à cruz e à ressurreição. O ponto máximo da nossa fé é a ressurreição”, explicou o padre Ronaldo Eleutério.
O bispo de Cruzeiro do Sul, dom Flávio Giovenale, afirmou que a Via Sacra é a recordação daquilo que o Evangelho fala sobre a caminhada de Jesus Cristo e é um momento de reflexão.
“Acompanhamos o sofrimento de Jesus para também nos perguntar: o que eu faço? Sou como Pilatos que lavou as mãos? Como Cirineu, que mesmo forçado pelas situações, ajudou Jesus? Sou como Verônica, que enxugou o rosto de Jesus? Ou sou como aqueles que batiam e xingavam Jesus? Sou como a mãe de Jesus que o acompanhou até o pé da cruz? Então, o desejo dessa caminhada é refletirmos e orarmos para tomarmos decisão de uma vida melhor”, disse.
A funcionária pública aposentada Ângela Maria da Silva, de 58 anos, disse que se emociona sempre que participa da procissão. “Para mim é uma coisa histórica e também momento emocionante para todos que acompanham essa procissão. A parte que mais me emociona é quando Jesus é crucificado, é muito forte e doloroso esse momento.”
A professora aposentada Maria Ione Bezerra, de 56 anos, também participou da Via Sacra e afirmou que essa é uma oportunidade de estar mais perto de Jesus.
“A importância é de poder reviver os momentos do sofrimento de Jesus, de estar com ele e nos aproximar cada dia mais para que a gente possa parecer um pouco mais com ele. Cada dia nos aproximando mais da caminhada com Jesus e nos fortalecendo na fé”, afirmou.