Um senhor de mais de 60 anos, vibrante, contestador, revolucionário e que provoca as mais diversas sensações
e reações em quem tem contato com ele ou em quem não vive sem ele.
Este é o rock’n’roll, um estilo musical que nasceu entre as décadas de 1940 e 1950, nos Estados Unidos, e se popularizou para o mundo. Para celebrar a relevância do ritmo, que varia entre diversos estilos e épocas, foi instituído no Brasil o Dia Mundial do Rock, comemorado hoje (13).
A data é uma alusão ao Festival Live Aid que ocorreu em 1995, simultaneamente, na Filadélfia, nos EUA, e em Londres, na Inglaterra, com a participação de artistas de rock da época, para conscientizar a população mundial sobre a situação drástica de fome e pobreza da África, além de arrecadar fundos para a causa. Durante o show, transmitido ao vivo para vários países, o cantor e baterista Phil Collins sugeriu que a data fosse lembrada como Dia Mundial do Rock.
“Houve um ano em que a ONU (Organização das Nações Unidas) fez uma menção condecorando o Live Aid e isso foi divulgado no Brasil e comemorado pelas rádios brasileiras. Foi aí que instituíram que a data seria o dia do rock. Isso pegou forte aqui no Brasil. Lá fora, eles não comemoram como dia do rock, mas todo ano eles lembram desse fato importante que foi o Live Aid”, disse o locutor da rádio paulistana voltada para o gênero, Kiss FM, Rodrigo Branco.
Embora muita gente afirme que o rock já morreu, para Branco isso não aconteceu e nunca acontecerá, mas é fato que o estilo passa por ondas, o que é normal, por ser um evento musical que surgiu há mais de 60 anos. “É natural que atualmente não tenha mais a força que teve no passado. De certa forma, convivemos com outros estilos mais atuais e modernos que impactam a juventude e, por isso, já não tem mais a relevância que teve no sentido de alcançar as massas.”
A popularização de outros estilos musicais mais comercialmente rentáveis foi um dos fatores para que o cenário rock encolhesse no Brasil, fazendo com que a grande mídia deixasse de dar espaço para as bandas. “Isso não quer dizer que tenha acabado, mas a quantidade de oferta para o grande público é menor. Até a década de 1990, o estilo musical ainda aparecia nos programas populares de televisão. Isso fazia o rock atingir mais a população, dando mais força para o gênero”.
Para o produtor e apresentador da mesma rádio, Samuel Canalli, um dos fatores que não deixaram a modalidade morrer foi justamente o público criado com várias bandas e estilos diferentes. “O público sempre vai se renovando e o interesse nunca morre. As pessoas sempre vão querer saber sobre o rock, tanto que as bandas tocam aqui e enchem estádios.”
Canalli define o rock com uma palavra: revolução. “O rock é um gênero que surgiu para contestar os padrões da sociedade e os comportamentos que essa mesma sociedade espera e impõe. O rock começou com os jovens se rebelando contra isso. Revolução combina muito com o rock.”