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Famílias com crianças autistas atingidas pela cheia ficam em abrigo exclusivo na capital

Famílias com crianças autistas atingidas pela cheia ficam em abrigo exclusivo na capital

Crianças estão instaladas na Escola Municipal Carmelita Barbosa Montenegro, no bairro Vila Acre, desde o último domingo (2). Abrigo conta com médicos e uma equipe multidisciplinar de profissionais

Crianças com Transtorno do Expectro Autista (TEA) foram retiradas do Parque de Exposições Wildy Viana e levadas para um abrigo montado especificamente para elas na Escola Municipal Carmelita Barbosa Montenegro, no bairro Vila Acre, em Rio Branco. As famílias dessas crianças estão desabrigadas por conta da enchente do Rio Acre, que atinge cerca de 75 mil pessoas na capital.

Há entre 9 e 10 famílias instaladas na escola. A Secretaria de Assistência Social e Direitos Humanos de Rio Branco (SASDH) informou que há 13 famílias no abrigo, com 13 crianças, 14 mulheres, 10 homens e dois idosos.

As crianças estão na escola desde o domingo (2). O Ministério Público Estadual (MP-AC) divulgou que a ida delas para um lugar com melhores condições de acolhimento foi uma articulação do órgão junto aos representantes do governo e da Prefeitura de Rio Branco. O abrigo oferece médicos e uma equipe multidisciplinar de profissionais.

“O objetivo é atender as necessidades deles, que têm dificuldades com barulho, com fluxo de muitas pessoas, então, foi para melhor atender eles e dar tranquilidade no atendimento deles”, confirmou a diretora de Direitos Humanos da SASDH, Rila Freze.

Rila acrescentou que as equipes de direitos humanos também montam um espaço específico para os idosos dentro do Parque de Exposições. “Estamos centralizado o atendimento em um único espaço para melhor atender. A gente optou por ser dentro do parque por estar mais próximo do posto de saúde, que tem aqui dentro, pelos serviços estarem próximos”, concluiu.

familias 002 webMP-AC fez uma vistoria no abrigo destinado para crianças autistas — Foto: Deyvisson Gomes

Mais de 75 mil atingidos

Após alcançar a marca de 17,72 no domingo (2), o Rio Acre começou a vazar essa semana e apesar de estar abaixo dos 17 metros nesta quarta (5), ainda atinge 75 mil pessoas em Rio Branco. Essa é a maior enchente na capital acreana nos últimos oito anos.

A cota de inundação na capital é de 14 metros e o rio ultrapassou essa marca no último dia 23 de março.

Mais de 15,4 mil moradores tiveram que deixar suas casas por conta da cheia do manancial e estão em abrigos ou casas de parentes e amigos.

Conforme os dados, são mais de mil famílias que estão desabrigadas, com isso, cerca de 3.260 pessoas estão entre os 36 abrigos públicos montados em Rio Branco. Além disso, 3.680 famílias com, aproximadamente, 12.144 pessoas estão desalojadas por conta da enchente.

Ao todo, 42 bairros da zona urbana de Rio Branco atingidos pela cheia do Rio Acre. Além disso, 27 comunidades rurais estão isoladas, com 7,5 mil pessoas de mais de 1,8 mil famílias.

Com a subida do Rio Acre e o acúmulo de balseiros, a Ponte Juscelino Kubitschek, conhecida como Ponte Metálica, foi interditada no dia 27 de março por medida de segurança. A Ponte Coronel Sebastião Dantas também chegou a ficar fechada de sábado (1) até a manhã desta terça-feira (4), quando foi reaberta e está em mão dupla.

Também por conta da enchente, a Secretaria Estadual de Educação suspendeu as aulas nas escolas públicas estaduais da capital por tempo indeterminado. A Secretaria Municipal de Educação de Rio Branco também suspendeu as aulas.