Secretaria Estadual de Saúde do Acre (Sesacre), em nota, informou que falta de matéria-prima e problema com licitações são os principais fatores para o desabastecimento
Familiares de pacientes da Maternidade Bárbara Heliodora em Rio Branco reclamam da falta de medicamentos básicos no hospital e acabam tendo que comprar os itens para familiares internado.
É o caso da dona de cada Luzia Nascimento que acompanha a filha de 19 anos que deu à luz na última quarta-feira (27) e precisou comprar um medicamento porque não tinha na unidade.
“Comprei o remédio que o médico passou porque não tinha e fui comprar na farmácia. Era um antibiótico porque ela fez uma cesariana. Falaram que estava em falta e que eu precisaria comprar. Não lembro o nome do remédio. É muito difícil para gente, eu, graças a Deus, tinha o dinheiro para comprar, mas tem muita gente ai dentro que não tem e precisa do mesmo medicamento”, disse.
Em nota, o Departamento de Assistência Farmacêutica (DAF), disse que a falta de medicamentos ocorre não só no Acre e justificou que a guerra tem impactado a economia do país.
“Alguns medicamentos estão em falta por fracasso e deserção nos processos licitatórios, sendo que algumas dispensas licitatórias já foram feitas na tentativa de sanar as faltas, mas mesmo assim, muitos ainda permanecem fracassados.Dessa maneira, o DAF explica que o principal motivo desses fracassos é o preço cotado pelas empresas, sendo maior do que o valor estipulado pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos”.
Destacou ainda que a compra de medicamentos no sistema público é diferente do particular, tendo em vista que a aquisição destes sendo acima do preço estipulado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) é crime contra a economia do país.
Vistoria
O Ministério Público do Estado do Acre (MPAC) informou que fez uma vistoria no local nessa quinta-feira (28) a situação física-estrutural, o fluxo de atendimento, o abastecimento de medicamentos e insumos, bem como a quantidade de profissionais da unidade. Após a visita, um relatório deve ser formulado e servir como base para que o MP recomende as devidas providências.
Falta no município
A falta de medicamentos também atinge o município de Rio Branco. De acordo com o coordenador da Urap Roney Meirelles, Walber Reis, a falta de medicamentos não ocorre por causa da falta de insumos.
“Atualmente estão em falta nimesulida, amoxilina, ibuprofeno. E passando iformação para a população, a medicação está em falta não por culpa do município, mas por falta de matéria-prima. É uma situação que ocorre em todo Brasil, porque com a falta de matéria-prima, os fornecedores não conseguem mandar pra gente”, explicou.
Nas unidades de saúde de Rio Branco faltam os seguintes medicamentos:
- Nimesulida
- Ibuprofeno cp
- Amoxicilina
- Dexclorfeniramina xpe
- Espironolactona 25mg