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Fã de Pelé, comerciante guarda autógrafo do ídolo há quase 30 anos no AC: ‘Está marcado para a humanidade’

Fã de Pelé, comerciante guarda autógrafo do ídolo há quase 30 anos no AC: ‘Está marcado para a humanidade’

Gilberto Araújo encontrou Pelé em uma feira de artigos esportivos em 1993 e preserva assinatura até hoje. ‘Ele foi simpático, educado. Um rei mesmo. Ele me abraçou, me deu o autógrafo. Eu plastifiquei o cartão, mas não contei pra muita gente’

O comerciante Gilberto Araújo, de Cruzeiro do Sul, interior do Acre, é um dos milhões de fãs espalhados pelo mundo que lamentam a perda de Edson Arantes do Nascimento, Pelé, que morreu nessa quinta-feira (29) em São Paulo, aos 82 anos. Mas, o acreano tem uma memória palpável e especial: um autógrafo do rei do futebol, que, inclusive foi plastificado.

Em abril de 1993, ele participava de uma feira de produtos esportivos na cidade de São Paulo, onde tentava apresentar sua empresa e garantir novos produtos. O evento reuniu lojistas de todo o país, porém, Araújo não esperava a presença de um convidado especial; Pelé.

“Nessa feira, eu não imaginava chegar e ele estar lá. Tinha muitos jogadores famosos, Zico, Branco, Valdir Peres, Careca. Mas, não quis pegar autógrafo dos outros, queria só o dele [Pelé]”, relembra. Ele conta que avistou Pelé e aguardou uma oportunidade para se aproximar do ídolo.

“Peguei o cartão da minha loja, que a gente apresentava nas empresas, quando ele se aproximou eu o abracei. Entreguei o cartão para ele autografar no verso. Ele assinou, e ainda disse assim: ‘Você é indígena?’, e eu disse: ‘Não, rei do futebol’. E aí ele sorriu”, relata.

Copa de 70: início da idolatria

Em 1970, Pelé disputou e venceu, com a seleção brasileira, a Copa do Mundo sediada pelo México. O mundial foi o último no qual Pelé atuou, mas foi o início da admiração de Gilberto Araújo pelo eterno camisa 10 do Brasil.

Araújo lembra que nessa época estava na alfabetização e uma professora apresentou um livro que falava dos jogadores que estavam na campanha vencedora na Copa de 70. O material mencionava o protagonismo de Pelé, e a professora se referiu a ele como “o rei do futebol”. A partir daí, Araújo se tornou mais um súdito do maior jogador de todos os tempos.

“Ele estava naquele conjunto, que tinha o Carlos Alberto Torres, que era bem alto, o Tostão era baixo, mais da altura dele [Pelé]. E a partir disso eu virei fã. O jogo que ele fez o milésimo gol, eu assisti pela televisão. Como eu gosto de futebol, ele é meu ídolo”, lembra.

Felicidade com o encontro

“Pra mim, foi uma felicidade. Eu passei aquele dia todo feliz”, Araújo conta sobre o encontro com o ídolo. O comerciante, que é flamenguista, foi ao Morumbi para assistir São Paulo e Flamengo jogarem pela Libertadores da América de 1993. Naquela noite, o rubro-negro carioca foi eliminado das quartas de final. Mas nem isso tirou a felicidade do acreano.

“Ele foi simpático, educado. Um rei mesmo. Ele me abraçou, me deu o autógrafo. Eu plastifiquei o cartão, mas não contei pra muita gente. Mas em qualquer conversa sobre pessoas famosas do Brasil, falo. Eu tenho autógrafo do Zico, do Branco, do Careca, eu tenho foto com o Roberto Carlos [cantor], que eu tirei em um show dele do Criança Esperança. Mas o que eu tenho mais admiração é o rei do futebol”, confidencia.

Morte do ídolo

Araújo lamenta o falecimento do ídolo, que tratava um câncer no cólon e estava internado desde novembro. Para o empresário acreano, a perda é sentida no mundo todo. Ele também ressalta a importância de Pelé para a formação da identidade brasileira, em especial no futebol.

“Não foi o Brasil que inventou o futebol, foi a Inglaterra, mas o nosso país, através do Pelé, a nossa referência, os melhores do mundo. Pra mim, é uma perda grande, mas vai ficar conhecido no mundo inteiro. Não vai ter outro. Ele veio, ficou e marcou. Está marcado para a humanidade, é o rei do futebol”, conclui.