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Extrema pobreza atinge 146,8 mil acreanos e estado tem 3º pior índice do país

Extrema pobreza atinge 146,8 mil acreanos e estado tem 3º pior índice do país

Entre 2020 e 2021, número de pessoas vivendo em situação de miséria teve salto de quase 64% no estado acreano. Dados foram divulgados pelo IBGE nessa sexta-feira (2)

A pandemia da Covid-19 fez disparar a pobreza em todo o país e no Acre não foi diferente. Dados divulgados nessa sexta-feira (2) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que, em 2021, o número de acreanos vivendo abaixo da linha da pobreza aumentou 18,6% na comparação com 2020. Já o número de pessoas em situação de extrema pobreza saltou 64% no mesmo período.

Em números absolutos, 65,4 mil acreanos passaram a viver abaixo da linha da pobreza. Outros 57,3 mil passaram a viver em condições de extrema pobreza.

Com esse crescimento, o Acre passou a ter 417,4 mil pessoas abaixo da linha da pobreza, dos quais 146,8 mil eram extremamente pobres. Isso equivale a dizer que 46,9% da população do Acre estava pobre e 16,5%, extremamente pobre.

Ou seja, quase metade dos acreanos vivia abaixo da linha da pobreza e aproximadamente dois em cada 10 em condição de extrema pobreza.

Com 16,5% da população vivendo na extrema pobreza, o Acre ficou em terceiro lugar no ranking nacional entre os estados com pior índice, atrás somente do Maranhão (21,1%) e Pernambuco (18,7%).

Critérios

Pelos critérios do Banco Mundial, são consideradas extremamente pobres as famílias que dispõem de menos de US$ 1,90 por dia para viver, valor que correspondia, em 2021, a uma renda per capita mensal de R$ 171.

Já as famílias classificadas como pobres são aquelas que têm menos de US$ 5,50 por dia para garantir a sobrevivência de todos que vivem no mesmo domicílio, o que equivalia a uma renda mensal per capita de R$ 495.

Dados nacionais

Em todo país, o número de brasileiros vivendo abaixo da linha da pobreza aumentou 22,7% na comparação com 2020. Já o número de pessoas em situação de extrema pobreza saltou 48,2% no mesmo período.

Os dois aumentos foram recordes, segundo o IBGE. Desde 2012, o país nunca havia registrado um avanço tão grande da pobreza e, sobretudo, da extrema pobreza.

A pesquisa mostrou que o Brasil passou a ter 62,5 milhões de pessoas abaixo da linha da pobreza, dos quais 17,9 milhões eram extremamente pobres. Isso equivale a dizer que 29,4% da população do Brasil estava pobre e 8,4%, extremamente pobre.