O governo do Acre, por meio das secretarias de Estado do Meio Ambiente (Sema) e de Saúde (Sesacre), realizou, neste sábado, 13, uma ação na Unidade de Gestão Ambiental Integrada (Ugai) da Floresta Estadual do Antimary, localizada no Ramal do Ouro, entre os municípios do Bujari e Sena Madureira.
O programa, chamado Saúde na Floresta, tem como principal objetivo oferecer serviços de saúde, atividades de educação ambiental, informações sobre conservação, preservação e acolhimento às famílias que moram nas Unidades de Conservação Estaduais (UCs).
A atividade foi realizada com apoio das secretarias de Assistência Social e Direitos Humanos (SEASDH), Educação, Cultura e Esportes (SEE), Instituto de Meio Ambiente do Acre (Imac) e parceria da Prefeitura do Bujari.
Maria de Nazaré Souza, de 55 anos, moradora do Ramal do Ouro há 21 anos, expressou sua satisfação com a iniciativa. “Gostei muito do atendimento, toda minha família veio participar. Passei pelo médico e já pude receber os medicamentos receitados. Agora é aguardar ser chamada para a cirurgia que preciso fazer nos meus olhos”, relatou.
A ação resultou em mais 500 procedimentos, sendo de odontologia, consultas entre adultos e crianças, vacinação, testes rápidos, agendamento de exames e consultas para especialidades, atendimentos farmacêuticos mediante receita médica e pré-consultas agendadas.
A secretária do Meio Ambiente, Julie Messias, falou da importância da ação que leva atendimentos às comunidades que vivem nas UCs estaduais.
“Este programa integrado entre a Sema e a Sesacre, e que reúne outras secretarias parceiras e o município, mostra que a proteção ambiental e o bem-estar humano caminham juntos. O Saúde na Floresta é um marco na promoção de uma vida mais saudável e sustentável às comunidades do nosso Estado”, afirmou.
O secretário de Saúde, Pedro Pascoal, acrescentou que o programa é um marco significativo para a saúde pública do estado, especialmente às comunidades que vivem nas áreas mais remotas e de difícil acesso.
“Sabemos que o acesso à saúde é um direito fundamental de todo cidadão. No entanto, reconhecemos que, em muitas regiões, esse direito ainda enfrenta barreiras significativas. Com o Saúde na Floresta, estamos comprometidos em superar esses desafios, levando atendimento médico de qualidade diretamente às comunidades que mais necessitam”, disse.
O médico da Sesacre Osvaldo Leal, que também é professor do curso de medicina da Universidade Federal do Acre (Ufac), coordenou a equipe de saúde. Segundo ele, é gratificante fazer ações desse tipo.
“As equipes foram mobilizadas pelo Saúde Itinerante. Viemos em três médicos e dois internos da medicina da Ufac. A estrutura da Ugai é muito boa, dá para a gente fazer atividades futuras de saúde e assistencial. Pretendemos ir nas outras unidades, pois, segundo a secretária, a idéia é expandir. É importante o acolhimento às pessoas que moram em localidades de difícil acesso. A Sesacre tem uma área técnica especifica que cuida desses povos, do campo, das florestas”, falou.
Distribuição de mudas de plantas e educação ambiental
Além dos atendimentos médicos, o evento contou com a presença de uma guarnição do Batalhão Ambiental, que auxiliou na organização. A Sema distribuiu 500 mudas de espécies frutíferas e nativas. Tayna Neri, coordenadora do Viveiro da Floresta, destacou que além da distribuição das plantas foi importante passar conhecimento aos comunitários.
“Trouxemos um pouco da produção do Viveiro da Floresta para a comunidade. Disponibilizamos quatro clones de café, açaí solteiro, cupuaçu, caju, ingá de metro e ingá de macaco e explicamos o nosso processo de produção de mudas e demos orientação”, explicou.
A programação do evento também incluiu atividades do Circuito Ambiental – ação que leva conhecimento e sensibilização para crianças, jovens e adultos com jogos ambientais e educativos e o tapete Caminhando pelo Acre. A atividade é realizada pelas equipes da Sema e Imac.
Além disso, foram usados óculos de realidade virtual mostrando vídeos com os períodos dos eventos extremos em que o estado enfrenta para sensibilização da comunidade.
João Raphael Gomes, da educação ambiental da Sema, ressaltou a importância do Circuito Ambiental. “Sensibiliza crianças, jovens e adultos sobre a importância de manter nossas florestas e a biodiversidade vivas. Utilizamos um tabuleiro humano e óculos de realidade virtual sobrevoando o Rio Acre seco para promover essa educação ambiental regionalizada”, explicou.
Agenda de escuta com a comunidade
Na oportunidade, a secretária Julie Messias realizou uma conversa com os comunitários, onde ouviu as demandas e explicou os próximos passos na gestão compartilhada para as pessoas que moram nas UCs estaduais.
“Essa ação do Saúde na Floresta vai ser continuada, é uma orientação do nosso governador Gladson Cameli para cuidar das pessoas. A aderência da Sesacre, na pessoa do secretário Pedro Pascoal, e de toda a sua equipe, é fundamental, bem como dos secretários de Saúde do município de Bujari nesta ação do Antimary e dos demais na próximas ações”, disse.
A secretária também declarou que essa é uma união de esforços do governo estadual e municipal para atender a comunidade. “Agradeço ao prefeito de Bujari. Queremos levar para as demais Unidades de Conservação estaduais. A ação foi ainda um momento para ouvir a comunidade para podermos construir juntos alternativas sustentáveis para a preservação e conservação, bem como para o desenvolvimento econômico e social do local. Apresentamos o nosso catálogo de Sistemas Agroflorestais (SAfs) como alternativa para a garantia da segurança alimentar e geração de renda”, acrescentou.
Marivaldo Rodrigo de Freitas é líder comunitário no local e, segundo ele, esse tipo de ação é importante no sentido de a comunidade se sentir acolhida pelo Estado.
“Isso que a secretária trouxe para a gente foi muito bom, de muita importância, trazer uma alternativa de a gente poder produzir. Temos muitas pessoas que viviam do manejo florestal, da castanha, e agora vamos poder produzir café, banana e outros. Acreditamos que o governo vai se empenhar agora com essa vinda, tenho confiança de que vamos manter essa floresta em pé com recursos, fontes de renda, sem precisar de explorar e derrubar”, finalizou.