Manifestantes usaram caixão coberto com as bandeiras do Acre e do Brasil e também levaram um cartaz escrito ‘Aqui jaz a privatização’
Há mais de uma semana em greve, os servidores da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos no Acre (Correios) voltam a protestar na manhã desta quarta-feira (26) em frente à agência localizada na Avenida Ceará, em Rio Branco, onde fazem um ‘velório’ da privatização de empresa.
Os manifestantes usaram um caixão coberto com as bandeiras do Acre e do Brasil e também levaram um cartaz escrito ‘Aqui jaz a privatização’.
“Estamos fazendo um velório da privatização. Vamos enterrá-la daqui a pouco”, disse a presidente do Sindicato dos Correios e Telégrafos do Acre (Sintec-AC), Suzy Cristiny.
Em greve por tempo indeterminado desde a noite do último da 17, os servidores já fizeram uma carreata pelo Centro de Rio Branco para pedir melhorias de trabalho. Além disso, eles fizeram uma manifestação em frente da agência do Centro da capital e chegaram a fechar a unidade durante parte da manhã.
Já nessa segunda (25), a categoria se reuniu em frente da agência localizada na Avenida Ceará, em Rio Branco. Eles fecharam parcialmente o portão de acesso mas, permitiram que as pessoas pudessem transitar.
“Eles entraram com o dissídio coletivo, mas o Ministério Público do Trabalho (MPT) em Brasília está pedindo a mediação que seria a conversa sem julgamento”, contou Suzy sobre uma possível negociação.
Em nota, divulgada na tarde dessa terça (25), os Correios afirmaram que pediram o dissídio coletivo no Tribunal Superior do Trabalho (TST) para negociar o acordo coletivo de trabalho 2020/2021.
A empresa ainda informou que desde o início de julho tentou negociar com as entidades representativas dos empregados os termos do acordo e apresentou uma proposta que visa adequar os benefícios dos empregados à realidade do país e da estatal.
Com o pedido do dissídio, as negociações podem ser mediadas pelo TST. Tanto a categoria quanto a empresa aguardam resposta do Tribunal.
Greve
A greve dos servidores é contra a privatização da empresa e pela defesa de garantias trabalhistas. A presidente do sindicato explicou que no ano passado eles conseguiram uma sentença normativa do TST e essa sentença foi proferida com uma validade de dois anos, o que corresponderia a um acordo coletivo. Mas, no dia 1º de agosto, a empresa teria retirado esses direitos faltando ainda um ano da validade.
A presidente do sindicato disse que são pelo menos 79 garantias trabalhistas que envolvem desde os 30% para os carteiros, ticket alimentação, plano de saúde que, no início, era gratuito porque constava no edital, hoje eles estão pagando 50%.
A empresa afirmou no início da greve que nenhum direito dos trabalhadores foi retirado, mas alguns que extrapolavam a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) foram readequados.