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Em greve há dez dias, servidores da saúde do AC caminham ao redor do Pronto Socorro em protesto

Em greve há dez dias, servidores da saúde do AC caminham ao redor do Pronto Socorro em protesto

Categoria cobra que o governo cumpra com as medidas acordadas em junho do ano passado durante a paralisação. Governo enviou dois PLs com reivindicações, mas eles aguardam votação para suspender movimento

Os servidores da saúde do Acre, que estão há dez dias em greve, seguem com as mobilizações e fazem ato em frente ao Pronto Socorro de Rio Branco, na manhã desta sexta-feira (18). A mobilização começou no início da manhã e o grupo saiu em uma caminhada pela Avenida Getúlio Vargas para fazer o contorno ao hospital.

O Sindicato dos Servidores em Saúde do Acre (Sintesac) informou que a greve continua e só deve ser suspensa assim que os Projetos de Lei entregue na Assembleia Legislativa do Acre (ALEAC) sejam votados.

Nessa quinta-feira (17), a categoria se reuniu em frente da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Sobral, onde estão sendo feitos apenas atendimentos emergenciais à população.

“O atendimento nas unidades continua restrito. Só casos de urgência e emergência e os internos, dos pacientes que estão em enfermarias, UTI [Unidades de Terapia Intensiva] que precisam de assistência [estão mantidos]. Os demais estão prejudicados, a parte eletiva, ambulatorial, exames. Enquanto o processo que foi negociado não virar lei, a greve continua”, disse o presidente do Sintesac, Adailton Cruz.

Durante o final de semana, o presidente do Sindicato disse que ações serão apenas internas e na segunda-feira (21), retomam os movimentos nas unidades. A categoria cobra que o governo cumpra com as medidas acordadas em junho do ano passado durante a paralisação.

O governo informou que conforme foi pactuado com os sindicatos da área, já encaminhou os projetos do auxílio alimentação e o ATS (Auxílio Temporário de Saúde) dos servidores da Saúde pra Aleac, incluindo o quadro provisório em extinção -antigo Igesac. E que a votação dos PLs, bem como a remessa dos outros projetos irá ocorrer após a pauta ser destrancada (em razão dos vetos pendentes de apreciação).

Os dois projetos que foram enviados para a Aleac são: o Projeto de Lei para criação do auxílio alimentação no valor de R$ 500, que tinha sido enviado, mas foi retirado por não contemplar os servidores do extinto Igesac e o Auxílio Saúde no valor de R$ 400.

“Um avanço que a gente tem que reconhecer é que eles protocolaram a etapa alimentação de R$ 500 e o auxílio saúde de R$ 400. O problema é que o que foi negociado com os trabalhadores é de que todos os trabalhadores receberiam independente de estarem permutados com o município ou de licença legal e nos projetos quem estiver desta forma fica de fora. Vamos pedir a correção disso e quem tem dois dois contratos que receba pelos dois. No demais o protocolo foi um avanço”, pontuou.

Fazem parte do movimento todas categorias da saúde como: enfermeiros, médicos, técnicos de enfermagem, farmacêuticos, condutores de ambulância, parteiras e outros.

Na sexta (11), o governador Gladson Cameli anunciou um aumento de 5,42% no salário de servidores públicos estaduais. A proposta ainda precisa passar pela Assembleia Legislativa do Estado do Acre (Aleac). No entanto, a categoria da Saúde diz que a medida não atende o que tinha sido acordado anteriormente.

“Essa proposta do governo com relação à reposição não é nem 40% do que ele tinha se comprometido com a Saúde, que seria de 14%. Então, os servidores não acataram e continuam em greve. Além disso, o auxílio saúde, que é uma vantagem para a gente, estamos solicitando que seja permanente e não temporário e até agora não tivemos uma resposta”, complementou Cruz.

greve saude 002 webServidores fazem ato em frente ao Pronto Socorro — Foto: Arquivo/Sindmed

Proposta do governo

Além do benefício geral que vai ser pago a todos os servidores de reajuste de 5,42% no salário, o governo também anunciou o pagamento de benefícios para a saúde estadual e educação, que estão em greve.

“Havia um compromisso do governo com todos os servidores da saúde que era encaminhar até a data de ontem [quinta,10] o projeto de lei concedendo o auxílio alimentação no valor de R$ 500. Então, cumprimos esse compromisso enviando o PL para a Aleac. Concedemos também, a pedido deles, um auxílio saúde no valor de R$ 400 por um período de seis meses”, explicou Brandão.

Em relação ao concurso público, o secretário informou que também está em andamento e que a pauta já tramitou na Seplag e PGE e está em fase de elaboração de edital para contratação da empresa que fará o certame.

Após três dias de paralisação em junho do ano passado, os servidores suspenderam a greve na época depois que o governo se comprometeu a atender algumas reivindicações. Mas, segundo os sindicatos, até agora o governo não cumpriu praticamente nenhuma e o movimento só deve ser suspenso com efetiva ação por parte do estado.

Entre as medidas acordadas estão:

  • Implementação do novo laudo técnico das condições do ambiente de trabalho. (Não cumprido)
  • Publicação de concurso público efetivo até o fim de 2021. (Não cumprido)
  • Encaminhamento para a Aleac no primeiro trimestre de 2022 da revisão inflacionária pelos índices do IPCA, dos períodos de 2020/2021 e 2021/2022. (Não cumprido)
  • Pagamento de insalubridade de 20% de julho a dezembro de 2021 para os servidores que trabalham em ambiente insalubre. (Cumprido, mas não continuou sendo pago em 2022)
  • Abono de falta dos servidores grevistas, entre outras demandas da categoria. (Cumprido)
  • Análise da possibilidade da revisão inflacionária pelos índices do IPCA dos anos de 2019/2020 até 30 de setembro de 2021. (Não cumprido)
  • Definição da etapa alimentação com os valores até 30 de setembro de 2021 e encaminhada para aprovação da Aleac no primeiro trimestre de 2022. (Não cumprido)
  • Mesmo diante dos impedimentos para encaminhamento à Aelac, a conclusão da revisão do PCCR até 30 de setembro de 2021. (Não cumprido)
  • Avaliação do impedimento para a concessão da licença prêmio e 6ª parte aos irregulares se comprometendo a finalizar a reanálise da impossibilidade em 60 dias. (Não cumprido)