Manancial marcou 2,94 neste sábado (17). Nível é 2,7 metros abaixo do registrado nesse mesmo dia no ano passado
O Rio Acre, que recentemente sofreu uma das maiores enchentes de sua história, está com nível abaixo dos três metros. Segundo dados da Defesa Civil Municipal de Rio Branco, neste sábado (17), o manancial marcou 2,94 metros, o que representa uma queda de 2,7 metros em relação ao mesmo dia do ano passado.
A situação do rio preocupa e o coordenador do órgão municipal, tenente-coronel Cláudio Falcão, alerta para uma possível seca severa nos próximos meses.
Em 2015, nessa mesma data, o Rio Acre marcava 4,29 metros, enquanto em 2016 registrou apenas 2,35 metros. No ano de 2017, o nível era de 3,01 metros, seguido por 3,60 metros em 2018, 2,80 metros em 2019, 2,88 metros em 2020 e 2,84 metros em 2021. No ano passado, no entanto, o nível do rio alcançou 5,64 metros.
Até o momento, a quantidade de chuvas tem sido consideravelmente baixa, totalizando apenas 62 milímetros. Nos 17 dias de junho, não houve registro de chuva em 12 dias. Essa escassez de precipitação agrava ainda mais a situação.
A possibilidade de uma seca severa nos próximos meses preocupa, uma vez que pode afetar o abastecimento de água, a agricultura e a fauna local, além de aumentar o risco de incêndios florestais e piorar a qualidade do ar.
“Mesmo que em outros anos, nessa mesma data, o rio estava em abaixo dessa marca, não é uma cota normal para nossa realidade. Nossa expectativa era que ele estivesse com um nível maior, uma vez que estamos ainda na metade de junho e os meses mais críticos nós ainda vamos chegar. As piores marcas de todos os anos são em setembro. Outro dado que preocupa é que não temos previsões de chuvas para os próximos dias. Estamos com uma expectativa bem ruim que possa se comparar a 2005, ou seja, muito calor, muitas queimadas, falta de chuvas e seca severa”, disse Falcão.
Terceira maior enchente
O rio passou da cota de transbordo no dia 23 de março e seguiu em alta até o dia 2 de abril, quando atingiu a marca de 17,72 metros. Essa foi a maior enchente na capital acreana desde 2015, quando o manancial chegou à marca histórica de 18,04 metros.
A Prefeitura de Rio Branco decretou situação de emergência no dia 24 de março. E no dia seguinte, o governo federal publicou portaria reconhecendo a emergência.
As águas chegaram ao Calçadão da Gameleira. Para evitar acidentes e até afogamentos no local, a Polícia Militar colocou grades de proteção e fitas de isolamento no dia 29 de março. No dia seguinte, o acesso à rua foi interditado por completo.
Ao todo, a cheia atingiu 42 bairros da zona urbana de Rio Branco. Além disso, 27 comunidades rurais ficaram isoladas, com 7,5 mil pessoas de mais de 1,8 mil famílias.