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Deslizamento de terra durante chuva no AC atinge casa e mãe corre para proteger os filhos: ‘Foi um livramento’

Deslizamento de terra durante chuva no AC atinge casa e mãe corre para proteger os filhos: ‘Foi um livramento’

Luciana Almeida perdeu a casa e todos os móveis durante deslizamento de terra no bairro Vitória. Moradora vivia com os filhos, de 4, 8 e 15 ano, há dez anos

A autônoma Luciana Almeida teve a casa que morava com os filhos há dez anos ser interditada e ela não poder entrar para retirar nenhum móvel após um deslizamento de terra nessa terça-feira (12) durante uma forte chuva que atingiu a capital. Luciana e os três filhos, de 4, 8 e 15 anos, viviam na Avenida Boa Aventura, bairro Vitória, em Rio Branco.

Com a chegada do período chuvoso na Região Amazônica, algumas áreas da capital começam a apresentar riscos de desbarrancamento e afeta a segurança de casas e comércios.

Segundo a Defesa Civil Municipal, atualmente há 5 mil famílias, que totaliza 20 mil pessoas, vivendo em área de risco. Uma dessas famílias era a de Luciana. Em entrevista à Rede Amazônica Acre, ela relembrou que ouviu a casa estralando na manhã dessa terça, no horário que o filho mais velho se arrumava para ir para escola.

“Foi muito ruim. Escutei ela estralando, meu filho tinha acabado de se vestir pra ir pra aula. Ele disse: ‘mãe, foi a cadeira’. Eu fiquei analisando, quando estralou de novo. Falei assim: ‘a casa estralou’. Quando eu fechei a boca, ela já veio desabando, então eu gritei. Meu filho estava na sala, puxei ele e o outro correu pra chuva pedindo ajuda dos vizinhos”, disse.

Apavorada, Luciana saiu levando os filhos menores para fora da residência, mas acabou se machucando após o portão cair em cima de sua perna.

“Meu corpo tá todo dolorido, é uma situação muito ruim porque a gente fica com trauma. Meus filhos estão com trauma, não querem mais viver aqui. É muito ruim, só quem passa sabe. Foi um livramento que Deus para mim e para os meus filhos”, lamentou.

deslizamento 002Casa de Luciana Almeida foi interditada pela Defesa Civil de Rio Branco — Foto: Richard Lauriano/Rede Amazônica Acre

Desabrigada, Luciana será levada para o aluguel social para ficar por cerca de três meses. A equipe de assistência social da prefeitura pediu para que ela encontre um casa para ficar com o aluguel de até R$ 500. Mesmo assim, a dor de perder tudo que construiu vai demorar passar.

“Estou muito abatida. A assistente social teve aqui, falou que podia fazer por mim era é um aluguel social de três meses, que eu tinha que sair atrás de uma casa. Me deram o prazo até de cinco dias pra eu ir atrás dessa casa no valor de até R$ 500. Foi só isso, não tive outra assistência deles de sacolão, de nada, só isso que eles falaram que eu tinha que ir atrás”, criticou.

Deslizamentos

O coordenador da Defesa Civil de Rio Branco, tenente-coronel Cláudio Falcão, destacou que dos 230 bairros da capital, há pelo menos 70 com áreas de risco. O órgão estima que cerca de 5 mil famílias vivem atualmente nessas áreas.

Ainda segundo ele, cerca de 400 famílias já foram retiradas desses locais e vivem em imóveis alugados pela prefeitura.

“Nós monitoramos todas essas áreas, atendemos as ocorrências, já retiramos muitas famílias dessas áreas por conta de desmoronamento, inundações, deslizamentos. Mapeamos essas áreas, fazaendo monitoramento, fiscalização, anotamos a evolução de cada um, propormos obras também. A providência mais eficiente que estamos fazendo é a retirada permanente dessas famílias”, destacou.

O coordenador listou alguns bairros que registram mais riscos geológicos. São eles:

  • Cadeia Velha
  • Seis de Agosto
  • Bairro Quinze
  • Cidade Nova
  • Ailton Sena
  • Triângulo
  • Vila Nova
  • Baixa da Colina
  • Conquista
  • Vila Ivonete

“Na Travessa Jucá, no bairro Quinze, retiramos todas as famílias que estavam no local. No Beco do Batalhão também retiramos todas as famílias, isolamos a área. Temos muitos locais, temos riscos, principalmente hidrológicos e geológicos, que têm construções frágeis, que desmoronam, às vezes, não é nem pelo solo, mas pela casa que não aguenta mesmo em pé”, frisou.