Manancial marcou 13,88 metros na medição das 6h deste domingo (9) e subiu para 13,98 metros às 9h. Nove abrigos já foram desmontados, mas famílias atingidas pela enchente do Rio Acre ainda não estão autorizadas a voltar para casa
Após registrar a maior enchente dos últimos oito anos, o Rio Acre deixou a cota de transbordo, que é 14 metros, neste domingo (9). A medição das 6h mostra que o manancial está 13,88 metros em Rio Branco. Mas na medição das 9h, o rio registrou subida e marcou 13,98 metros.
O rio ultrapassou a cota de transbordo no dia 23 de março. A cota de alerta é de 13,50 metros.
O relatório da Defesa Civil de Rio Branco deste domingo mostra que nove abrigos montados para atender as famílias afetadas pelas enxurradas dos igarapés e enchente do Rio Acre foram desmontados. Há ainda 27 abrigos com 793 famílias, que totalizam 2.485 pessoas.
Apenas no Parque de Exposições Wildy Viana, o maior abrigo montado para atender os desabrigados, há 428 famílias com 1.235 pessoas.
Ainda conforme o relatório, 290 famílias com 1.131 pessoas, que foram afetados pela enxurrada dos igarapés, já voltaram para suas casas. Sobre os desalojados, o órgão municipal destaca que 1.982 famílias, com aproximadamente 6.541 pessoas, já retornaram para casa.
O coordenador da Defesa Civil Municipal, tenente-coronel Cláudio Falcão, que essas pessoas que retornaram para casa foram afetadas pelo transbordamento dos igarapés. Ele destaca que as famílias desabrigadas pela cheia do rio ainda não estão autorizadas a voltar para suas residências.
“O rio saiu do transbordamento, mas não acabou nada, está tudo em andamento. Ou seja, a gente não pode ainda retornar todas as famílias que estão desabrigadas pela enchente do Rio Acre. As famílias que retornaram são das enxurradas”, confirmou.
Com a vazante do Rio Acre, lixo e sujeira são vistos nos bairros alagados — Foto: Rafael Dias/Deracre
Os dados destacam também que ainda há 1.698 famílias com 5.604 pessoas desalojadas por conta da enchente.
Sobre a zona rural, a Defesa Civil Municipal contabiliza 1.892 famílias com 7.568 pessoas afetadas pela cheia do Rio Acre. Dezenove comunidades seguem isoladas e outras oito saíram do isolamento.
Dos 42 bairros da capital atingidos pela enchente, na atualiação deste domingo dez já não estão cobertos por água. São eles:
- Adalberto Aragão
- Cadeia Velha
- Seis de Agosto
- Base
- Quinze
- Cidade Nova
- Aeroporto Velho
- Taquari
- Triângulo
- Airton Sena
Também por conta da enchente, as secretaria Estadual e Municipal suspenderam as aulas na rede pública por tempo indeterminado.
Interior
Sobre o interior, o boletim divulgado pelo governo estadual nesse sábado (8) revela que três famílias com 21 pessoas estão desabrigadas em Brasileia. Em Porto Acre, o número de desabrigados é maior
São 126 pessoas de 37 famílias em abrigos montados para atender os atingidos pela cheia.
Oito municípios acreanos decretaram situação de emergência: Rio Branco, Assis Brasil, Brasiléia, Epitaciolândia, Xapuri, Sena Madureira, Porto Acre, Capixaba. No dia 25 de março, o governo federal reconheceu a situação de emergência em Rio Branco por causa dos estragos causados pelas chuvas e no dia 29 de março fez o reconhecimento da situação de emergência de Brasiléia, Epitaciolândia e Xapuri. Nessa terça (4), a união reconheceu o decreto de Assis Brasil.
Alerta de temporal
O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) voltou a emitir dois alertas de chuvas intensas para regiões do Acre neste domingo (9). As regiões do Vale do Juruá e Tarauacá/Envira, por exemplo, estão sob alerta laranja.
Deve chover 30 e 60 milímetros por hora ou 50 e 100 milímetros por dia, com ventos intensos que podem chegar a 60 a100 quilômetros por hora. Há o risco de corte de energia elétrica, queda de galhos de árvores, alagamentos e de descargas elétricas.
Já as regiões do Baixo e Alto Acre estão sob alerta amarela de chuvas intensas. A previsão é de chuva entre 20 e 30 milímetros por hora ou até 50 milímetros por dia, com ventos intensos de 40 a 60 quilômetros por hora.
Os avisos são válidos até a manhã desta segunda-feira (10).
As instruções dadas são:
- Em caso de rajadas de vento: (não se abrigue debaixo de árvores, pois há leve risco de queda e descargas elétricas e não estacione veículos próximos a torres de transmissão e placas de propaganda);
- Evite usar aparelhos eletrônicos ligados à tomada;
- Obtenha mais informações junto à Defesa Civil (telefone 199) e ao Corpo de Bombeiros (telefone 193).