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Conheça mais sobre as PANCs, plantas alimentícias não convencionais

Para muitas pessoas, flores e plantas têm um destino certo: arranjos, buquês, vasinhos, coroa de flores, canteiros e jardins, seja para torná-los mais coloridos e vibrantes ou usando a delicadeza da natureza para prestar homenagens.

Mas, para os apreciadores das PANCs (sigla para Plantas Comestíveis Não Convencionais, também classificadas como hortaliças espontâneas nativas), elas são alimentos muito comuns em seu cardápio.

O analista de TI Cainã Rodrigues (30) é um adepto das PANCs em sua dieta e conhece sobre as suas propriedades nutricionais, questões sustentáveis e fácil acesso desde 2007, quando teve contato com o Espaço Cultural Casa da Lagartixa Preta, em Santo André (SP), que promove diversas atividades relacionadas à alimentação consciente, dentre elas oficinas de hortas urbanas.

Para ele, “quando falamos em PANCs, acho que sempre deveríamos focar no conceito mato de comer. Chamar essas plantas de comestíveis não convencionais só reforça o quanto a sociedade pode continuar desconhecendo seus próprios alimentos”.

A variedade de plantas e flores consideradas PANCS é grande e pode sair do jardim do quintal para as receitas do dia a dia, chegando até mesmo aos pratos de luxo da alta gastronomia brasileira. Elas podem ser incorporadas em saladas, geléias, tortas, tapiocas, pizzas, bolos, sopas, sucos e onde mais a criatividade culinária permitir. Conheça algumas delas:

Capuchinha

(Tropaeolum majus L)

Suas folhas são ricas em proteína e as flores apresentam quantidades consideráveis de potássio, cálcio, zinco, vitamina C e luteína, substância que ajuda a prevenir doenças de visão.

Ora-Pro-Nobis

(Pereskia aculeata):

Rica em nutrientes importantes, como o ferro, cálcio, fósforo, vitaminas A, B e C, ajuda a promover a saciedade, fortalece o sistema imunológico e suas fibras facilitam a digestão.

Taioba

(Xanthosoma sagittifolium)

Também conhecida como orelha-de-elefante, mangará e taiá, suas folhas verdes são fontes de fósforo, cálcio, vitamina C a mais vitamina A do que vegetais como o espinafre, brócolis e cenoura.

Serralha

(Sonchus oleraceus)

Flor facilmente encontrada em todo o Brasil, tanto que em alguns lugares pode até ser considerada uma erva daninha por causa da sua velocidade de reprodução. É rica em magnésio, zinco, manganês, fósforo e outros minerais e também vitaminas importantes para a manutenção da saúde (A, B6, B2, C, D e E).

Peixinho

(Stachys byzantina)

O famoso peixinho da horta, também conhecido como orelha-de-coelho ou sálvia peluda, é tradicionalmente servida frita como nas porções de filé de peixe. Além de saborosa, tem quantidades consideráveis de minerais e proteínas em sua composição.

Para aprender mais sobre PANCS

O Departamento de Botânica do Instituto de Biociências da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) desenvolveu uma cartilha de 45 páginas sobre as PANCS. O material traz informações nutricionais e sugestão de receitas e pode ser consultado gratuitamente aqui.