Prefeito de Jordão, Naudo Ribeiro, alertou sobre a situação em uma rede social, e confirmou ao g1 que a diminuição do nível das águas prejudica o tráfego de embarcações. Além disso, balsa que levava máquinas ao município e naufragou, segue parcialmente submersa no local
O Rio Tarauacá está em situação de estiagem no mês de maio e, na manhã dessa quinta-feira (18), está com 3,09 metros em Jordão, no interior do Acre, segundo monitoramento da Defesa Civil do município. Com isso, a cidade vive o risco de desabastecimento de insumos e alimentos, conforme alertou o prefeito Naudo Ribeiro.
Em uma rede social, Ribeiro relatou que a seca nessa intensidade é incomum no mês de maio, e dificulta a chegada de produtos, já que as embarcações que levam mercadorias até não conseguem transitar com as águas tão baixas.
“Com a diminuição do nível do rio, existe o risco de escassez de combustível para a usina de produção de energia da cidade. Além disso, a maior preocupação é o abastecimento de alimentos, já que a população aumentou de cerca de 7 mil para 11 mil habitantes”, diz a publicação.
Jordão é uma das cidades mais isoladas do Acre e só é possível chegar ou sair de avião de pequeno porte ou barco, o que impossibilita alternativas para o transporte de passageiros e cargas.
Ao g1, Ribeiro informou que conversou com empresários que atuam na região, e a previsão é que falte combustível e gás de cozinha na cidade. Ele explica que com a diminuição do nível das águas, diminui também o tamanho e a capacidade de transporte das embarcações que chegam ao Jordão.
“Chega aqui no máximo 2 mil [kg], em agosto só chega no máximo 1 mil [kg], 1,2 mil [kg], estourando o limite de carga, E os produtos da cesta básica não podem ser estocados por seis meses, porque alguns, a validade é muito pequena. Então, existe essa dificuldade, de além de aumentar o valor por quilo de Tarauacá a Jordão, e diminui a quantidade que é transportada”, avalia.
Ainda de acordo com a Defesa Civil do Jordão, o Rio Tarauacá teve uma redução de 31 centímetros desde o início de maio. Na medição do primeiro dia do mês, as águas registraram 3,40 metros, e maio começou com redução, já que no dia 30 de abril o rio marcou 3,49 metros.
Balsa naufragada
Segundo Ribeiro, a embarcação que levava máquinas para obras da prefeitura e naufragou no Rio Tarauacá ainda não foi retirada e segue parcialmente submersa. O gestor afirma que acompanha os trabalhos da empresa responsável pelos equipamentos, e a previsão é que seja retirada até o fim de semana.
O naufrágio da balsa ocorreu no dia 21 de abril, e Ribeiro informou que o município não terá prejuízos financeiros com o acidente, pois a empresa contratada possui seguro para os equipamentos.
Com o acidente, o Ministério Público do Acre (MP-AC) investiga se houve vazamento de óleo diesel no rio. O MP divulgou que apura os danos ambientais que podem ser causados pelo possível derramamento de diesel no manancial. Segundo a divulgação, as promotorias Cível e Criminal de Tarauacá instauraram procedimentos para investigar o caso e a aplicação de sanções pelos órgãos fiscalizatórios competentes.
Moradores da Reserva Alto Tarauacá teriam relatado que há óleo derramado nas águas. Além de investigar crimes ambientais, as promotorias também apuram também possíveis infrações cíveis e administrativas.
Sobre o possível vazamento de óleo, o gestor afirmou que não foi notificado da apuração do MP-AC e também não tem conhecimento do vazamento. Ele diz que a prefeitura não tem balsa transportando óleo diesel.
“Até o momento não foi possível retirar essas máquinas. Se houve esse vazamento de óleo, ainda não fui informado. Moradores e pessoas que trafegam no rio não me falaram de derramamento de óleo, só fui informado do naufrágio da balsa”, disse.