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Com samba-enredo sobre povos africanos, bloco Unidos do Fuxico busca tricampeonato no AC

Com samba-enredo sobre povos africanos, bloco Unidos do Fuxico busca tricampeonato no AC

Com enredo ‘Ilu-ayê mãe África’, bloco vai retrata as culturas, crenças e tradições dos povos africanos. Apresentação ocorre na terça-feira (21), no estacionamento do estádio Arena da Floresta

“Ilu-ayê mãe África. Símbolo de um povo guerreiro. Berço sagrado da humanidade”. É assim que o bloco Unidos do Fuxico começa o samba-enredo em busca do tricampeonato no concurso de desfile de blocos em Rio Branco. (Ouça o samba-enredo abaixo.)

O bloco existe há mais de 25 anos e é originário do Bairro Quinze, no Segundo Distrito da capital acreana. A aposta desse ano é retratar as culturas, crenças e tradições dos povos africanos.

O compositor do samba-enredo é Chagas Fernandes, com adaptação de Rayson Mello. Já os intérpretes são Chagas Fernandes, Xandy, Clara, Rayson Mello. O grupo vai levar para a avenida a memória do intérprete Messias, que faleceu no domingo (5) após sofrer um infarto.

“Pensamos em retratar esse tema por conta desse povo sofrido que chegou em nosso continente, povo que faz parte da nossa história. A história do Brasil se confunde com a dos africanos, eles fazem parte da nossa cultura e nosso desenvolvimento. E queremos retratar essa história em forma de carnaval, na avenida. Nossas expectativas para esse ano são as maiores e melhores possíveis para fazer um grande desfile de carnaval”, disse o presidente do bloco, Wellington Fraga.

Fraga disse ainda que o tema é importante também para discutir questões como a discriminação e o racismo, que estão enraizado na sociedade. Ele lembrou do episódio que marcou essa semana em que uma mulher foi flagrada cometendo racismo contra um motoboy em Rio Branco.

“Queremos dizer que não compactuamos com o racismo, vivemos em um país multicultural, onde temos negros, brancos, índios, cabocos. Então, nosso tema vem em meio a essa polêmica que abre nossos olhos ainda mais para a necessidade de combater esse tipo de crime”, afirmou.

É nessa aposta que o grupo vai desfilar na competição dos blocos, que ocorre na terça-feira (21) no estacionamento do Estádio Arena da Floresta.

Promovido pela prefeitura, por meio da Fundação Municipal de Cultura, Esporte e Lazer Garibaldi Brasil (FGB), o concurso iria premiar até o 5º colocado, porém somente três blocos vão se apresentar na última noite de carnaval.

O grande vencedor leva R$ 6 mil, o 2º lugar vai ganhar R$ 5 mil e o 3º lugar R$ 4 mil. O edital previa ainda o pagamento de R$ 3 mil para o 4º lugar e R$ 1,5 mil para o 5º.

Preparativos

Para tentar o título pelo terceiro ano consecutivo, o grupo começou a se organizar logo após o carnaval de 2020. No entanto, ninguém esperava que a chegada de uma pandemia sem precedentes iria adiar os planos por dois anos.

Agora, com a retomada da festa popular mais esperada do ano, o bloco iniciou os ensaios em janeiro deste ano para levar muita harmonia, alegria e samba no pé para a avenida.

E para conseguir recursos para custear o desfile, o presidente contou que, ao longo desses anos, foram feitos arraiais, rifas e bingos.

“Tem três anos que nos preparamos com bingos, editais de financiamento, feijoadas, encontros, patrocínios, tudo isso para construir esse enredo. Em média, o bloco gasta de R$ 50 a R$ 60 mil para colocar a festa na avenida do jeito que a gente pensou.”

Composição do bloco

O bloco vai levar três carros alegóricos e 250 pessoas para a avenida, sendo 50 só na bateria, 27 na comissão de frente, quatro intérpretes cantores, três nos cavacos e violão.

Assim como nos últimos anos, o grupo vai contar com dois intérpretes de libras. “É muito importante, porque assim a gente leva acessibilidade para aquelas pessoas que não tem como escutar, para que elas possam acompanhar e entender o desfile.”

No carnaval de 2020, quando levou o segundo título, o bloco tratou sobre a sorte e o azar nos jogos. Naquele ano, o enredo foi: “Façam suas apostas. A sorte está lançada!”.