Deslizamento coloca em risco o abastecimento de água para milhares de famílias da capital acreana. Decreto foi publicado no Diário Oficial do Estado (DOE), desta segunda-feira (7)
Devido ao deslizamento na Estação de Captação de Água (ETA II) da terceira ponte, na Via Verde, em Rio Branco, o governo do estado decretou situação de emergência nesta segunda-feira (7). O decreto foi publicado no Diário Oficial do Estado (DOE) e leva em consideração o risco de desastre e de deixar a capital acreana sem abastecimento de água.
Equipes do governo e prefeitura atuam no local para tentar conter o deslizamento do local. O decreto de situação de emergência é para tentar buscar verba federal, por meio da Defesa Civil, para a obra de reparo, além de liberar ações emergenciais.
O problema na ETA II é devido a movimentação do solo da área da captação que voltou a ceder, com isso, a subestação que já apresentava fissuras, continua com risco de desabar e, mesmo com a contenção feita no ano passado, o movimento de terra continua progredindo a cada período de cheia.
No ano passado, no mês de maio, o local enfrentou o mesmo problema, agora, um ano depois de deslizar e deixar duas regiões de Rio Branco sem água, novo movimento de terra volta a colocar em risco o abastecimento de água.
Uma das preocupações das equipes que atuam no local, era se chovesse neste final de semana, que poderia prejudicar o trabalho que está sendo feito, porém, apesar da tempestade que atingiu Rio Branco, nesse domingo (6), Jamerson Lima, secretário-adjunto de Infraestrutura do estado, disse que a chuva na região não prejudicial.
“Ontem [domingo,6], a chuva que caiu não atingiu lá, não modificou nada. A gente continua avançando com os estudos, com a conclusão dos serviços. Continua o risco, mas, também continua as ações acontecendo para a gente minimizar e contornar. O decreto dá respaldo para as próximas ações e também a ideia é a gente pleitear recursos da Defesa Civil nacional”, disse.
O decreto leva em consideração ainda a situação de pandemia da Covid-19. “Considerando que em meio à pandemia provocada pela Covid-19, o comprometimento na captação, e consequentemente no tratamento e distribuição de água produzida pela ETA II, acarretará problemas sérios à saúde pública pela falta de água potável, bem como para 63% da população da capital acreana usuária do sistema, perfazendo um total, aproximadamente, de 250 mil pessoas.”
Abastecimento comprometido
Para minimizar o risco de desabastecimento e tentar conter o avanço dos deslizamentos, Lima disse que equipes do governo e prefeitura têm trabalhado com a construção de um cortina de contenção em uma área de pelo menos 200 metros e está sendo construída outra subestação.
O secretário-adjunto afirmou ainda que parte do trabalho feito no ano passado foi levado e por isso voltou a oferecer risco de desabamento. Como já tinha a cortina de contenção, ela agiu, segurou, mas parte desse material do subsolo desceu.
Lima disse que é preciso fazer uma sobrevida do local por dois ou três anos, até ter a construção de um novo ponto de captação. Para isso, ainda foi necessário secar uma lagoa do Ceasa que também fazia peso e funcionava como carga para acelerar o processo de deslizamento de terra na região.
Mesmo com as ações que estão sendo feitas na ETA, lima diz que o risco de desabastecimento continua.
“O risco não deixou de existir. Como a gente está sem chuva, não tem movimentação de pessoas e máquinas na parte que estava descendo, já esvaziei o reservatório do Ceasa e não tem novas cunhas de infiltração no solo, eu retardo processo e minimizo o risco, mas se chover, volta a ter deslizamento”, explicou.