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Com mais de 50 pessoas em situação de rua, prefeitura de Cruzeiro do Sul enfrenta desafio humanitário

Com mais de 50 pessoas em situação de rua, prefeitura de Cruzeiro do Sul enfrenta desafio humanitário

Foi lançado projeto de ação emergencial para atendimento de pessoas em situação de rua e, em três meses, número reduziu em 25,3%

A cidade de Cruzeiro do Sul, a segunda maior do Acre, enfrenta uma situação preocupante com o número de pessoas em situação de rua. Atualmente, 53 indivíduos lutam pela sobrevivência nas ruas da cidade, e a maioria deles é formada por homens com idades entre 18 e 40 anos, muitos dos quais enfrentam problemas relacionados ao uso de drogas.

Em resposta a essa crise, a prefeitura lançou, em junho deste ano, o projeto “Nova Vida”, com ações emergenciais para atendimento e ressocialização de pessoas em situação de rua. Segundo o vice-prefeito da cidade, Henrique Afonso, coordenador do grupo, em três meses de ações, o número de pessoas nessas condições reduziu 25,3%.

Até junho, eram cerca de 71 pessoas em situação de rua e com o trabalho do grupo, 18 foram encaminhadas para comunidades terapêuticas para tratamento de reabilitação e são acompanhadas pelo Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas). No entanto, embora tenha havido algum progresso, os desafios persistem.

Os grupos de moradores de rua se concentram pelo Centro de Cruzeiro do Sul, principalmente, no cais e também na praça de alimentação. Em julho do ano passado, 91 pessoas estavam em situação de rua na cidade.

O projeto faz parte das ações do grupo de trabalho criado por decreto municipal em abril de 2022. O grupo é formado por representantes do poder público municipal, estadual e instituições não governamentais, incluindo igrejas e comunidades terapêuticas, CAPs entre outros.

moradores de rua 002Moradores de rua ocupam pontos centrais de Cruzeiro do Sul — Foto: Weslei Lima/Arquivo pessoal

O vice explicou que o projeto abrange cinco áreas de atuação, incluindo abordagens, tratamento, apoio religioso, assistência médica e abrigo.

“Atualmente temos 53 pessoas em situação de rua registradas na prefeitura. No projetos temos uma ação de integração uma vez por mês, com um café da manhã, onde fazemos um trabalho de abordagem, cadastramos os novos que chegam, desenvolvemos também um trabalho de autoestima, levando para salão de beleza. Estamos também com ação junto com as igrejas e com a Secretaria Municipal de Saúde, que é o ambulatório de rua, onde levamos médicos, medicação, vacinas até eles”, disse Afonso.

O vice-prefeito voltou a falar sobre a instalação de um espaço que será transformado em república para receber essas pessoas em situação de rua. Essa ação já havia sido anunciada em julho do ano passado, mas ainda não foi colocada em prática.

“O último item desse nosso projeto emergencial é, no próximo ano, nós organizarmos uma república para eles, um lugar para que possam tomar café, almoçar e jantar, além de poderem se higienizar adequadamente”, afirmou.