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Com mais de 50 ações do MP por falta de vagas, prefeitura diz que vai abrir novas creches em Rio Branco

Secretaria de Municipal de Educação informou que novas creches devem ser abertas ainda este ano, mas não disse quantas vagas vão ser ofertadas

Neste ano, o Ministério Público do Acre (MP-AC) já ajuizou 51 ações solicitando vagas para crianças em creches no município de Rio Branco.

As ações são movidas pela Promotoria de Justiça Especializada em Defesa da Educação, segundo informou o promotor de Justiça Ricardo Coelho.

“Hoje, contabilizamos 51 ações cobrando vagas em creches. Mas, têm outras que conseguimos resolver sem ajuizar ações. Agora, em relação a quantas pessoas estão na lista de espera, quantas vagas vão abrir, solicitei informações essa semana para a prefeitura”, disse o promotor.

Coelho acrescentou que a prefeitura tem um prazo de 10 dias para passar o levantamento.

O promotor acrescentou ainda que a procura tem sido grande e que mais de 90 pessoas já foram à promotoria para solicitar vagas. Alguns conseguiram sem ações da Justiça, mas a maioria está com ações ajuizadas.

“Consulto a Secretaria de Educação para ver se eles têm como resolver, eles dizem que não tem como resolver, então, já acionei o Poder Judiciário,” explicou.

secretarioSecretaria Municipal diz que deve aumentar número de creches para acabar com déficit - Foto/Reprodução Rede Amazônica

Secretário garante 500 novas vagas

Pelo menos 500 vagas devem ser disponibilizadas para crianças com idades entre dois a três anos em creches de Rio Branco ainda para o ano de 2020, segundo o secretário municipal de Educação, Moisés Diniz.

O secretário informou ao G1 que o aumento é 10% a mais do que o ofertado no ano passado, quando mais de 5 mil vagas foram ofertadas. Diniz disse que não tinha dados relativos ao déficit de vagas existentes no município. Apesar disso, o secretário falou que o número chega a cerca de 30% do necessário.

“Nós cobrimos cerca de 30% da necessidade de creches. Ainda estamos longe de atingir a média de cobertura. Mas, como temos a iniciativa privada que também oferece esse serviço, o déficit cai. Só que esse número não conseguimos levantar ainda”, afirmou.

Diniz garantiu que esse ano vão ser abertas mais creches tanto na zona rural quanto urbana e que professores do quadro de reserva vão ser chamados para compor o quadro da educação municipal e atender a demanda.

“São 49 professores do banco de reserva [do concurso] que encerra em julho, vamos chamar professores de creche para abrir em espaços rurais como Benfica, Transacreana, Belo Jardim, e isso a gente não vai colocar outros professores de pré-escola nessas vagas para que a gente possa chamar esses professores”, explicou.

Não há vagas para crianças até dois anos

O promotor Ricardo Coelho acrescentou que há outro problema na oferta de vagas na capital acreana. Ele disse que o município não disponibiliza vagas para todas as idades que têm direitos resguardados por lei.

“Eles [prefeitura] não oferecem vagas de creche para crianças com idade entre zero a dois anos, que é uma obrigação deles, mas eles não têm vagas para essa faixa etária. O que acontece? Muitas vezes divulgam os números de forma equivocada, anunciando vagas apenas para as crianças de dois a três anos. Quando, na verdade, a Constituição Federal diz que vagas em creches são para crianças de zero a três anos”, complementou.

O promotor disse que vai continuar com ações individuais das pessoas que procuram o MP e também está com uma ação coletiva que tramita na Justiça desde 2013.

Coelho ainda aconselhou os pais que estão precisando de vagas a procurarem a promotoria o quanto antes.

“A gente pede às pessoas que não conseguiram vagas em creches que procurem o Ministério Público o quanto antes. Às vezes, a pessoa fica na ilusão de conseguir a vaga porque está na lista de espera e o ano avança e deixa para vir aqui em junho, julho e fica mais complicado a gente justificar isso na Justiça”, concluiu.

O secretário de Educação municipal, Moisés Diniz, informou que a prefeitura não dispõe de verba para oferecer vagas para as crianças menores de dois anos.

“Não temos dinheiro para ofertar essas vagas. Nosso sonho era que a criança, já quando a mãe encerrasse a licença maternidade, ela tivesse essa vaga. Na verdade, não é de zero a idade porque a mãe tem o período de licença”, concluiu.