Quase três mil pessoas em oito bairros foram atingidas. Situação de emergência foi reconhecida pelo governo federal. Fechamento de Ponte José Augusto também prejudica Assis Brasil, que faz fronteira com o Peru
A cidade de Brasiléia, no interior do Acre, está isolada, por via terrestre, desde a manhã desta segunda-feira (26). Segundo a medição realizada às 9h no município, o rio Acre está com 13,98 metros. São quase 3 metros acima da cota de transbordo que é de 11,40 metros. A cidade fica 232 km distante da capital, Rio Branco.
Na noite do domingo (25), a prefeita da cidade, Fernanda Hassem, divulgou a interdição da ponte que faz fronteira com a Bolívia e Peru devido à elevação do rio.
“Brasiléia nesse momento pede socorro às nossas autoridades do governo federal e do governo estadual. A situação é muito grave. De 11 bairros que nós temos, 9 estão alagados. Há pontos de isolamento também na zona rural”, diz a prefeita.
Em Brasiléia, há 1.540 pessoas desabrigadas e 1.256 pessoas desalojadas que foram atingidas em nove bairros. Doze abrigos foram preparados para receberem os necessitados. 138 indígenas adultos e crianças estão nestes abrigos.
De acordo com a prefeitura, a população do município sofre com a quarta alagação em 11 anos e com isolamento da única ponte de acesso ao restante do Brasil e por onde chega mercadoria, suplementos, medicamentos e combustível. A Ponte Metálica José Augusto é de mão única que liga também ao município vizinho Epitaciolândia.
Diante desse cenário em Brasiléia, a prefeita decretou no sábado (14), situação de emergência e teve o reconhecimento da Defesa Civil Nacional e do Governo Federal nesta segunda-feira (26).
O fechamento da Ponte Metálica José Augusto, de mão única que liga também ao município vizinho Epitaciolândia, o acesso ao município de Assis Brasil também fica prejudicado, já que é necessário passar por Brasiléia para chegar à localidade. Nesse sentido, o acesso à fronteira com o Peru também está impedido.