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Com 3 meses de salários atrasados, motoristas de ônibus fazem protesto e paralisam em Rio Branco

Ato ocorreu na frente do Terminal Urbano nesta terça-feira (19). Profissionais também alegam falta de EPIs

Motoristas de ônibus resolveram parar as atividades na manhã desta terça-feira (19) protestando contra o atraso de três meses de salário. De acordo com o líder do movimento, Gleyson Fernandes, motorista da Auto Viação Floresta, a situação está insustentável e muitos profissionais estão passando fome.

A categoria cruzou os braços e se concentrou em frente ao Terminal Urbano, depois seguiu para a frente da prefeitura, no Centro de Rio Branco.

“Nosso pagamento está atrasado desde março abril e maio. Sem contar nosso FGTS e INSS. Queria que a prefeita da cidade desse um olhar especial ao transporte coletivo da cidade de Rio Branco, porque está sendo o caos. Os ônibus estão rodando porque ainda tem alguns motoristas que acham que isso aqui vai funcionar e não vai funcionar do jeito que tá. A situação é realmente precária, estamos passando necessidade, passando fome”, alega.

Além de salários atrasados, os motoristas também tiveram auxílio cortados e convênios suspensos. “Cortaram nossas horas extras por conta do coronavírus. Agora, o salário é só o base da carteira e nem assim ela consegue nos pagar. Então, a empresa está nos mostrando realmente que ela não tem compromisso com os trabalhadores e sociedade de Rio Branco”, se revolta.

O Sindicato dos Transportes do Acre (Sinttpac) confirmou o atraso nos salários e disse que vem tentando negociar com a empresa há meses, mas que recebe a informação que a empresa está sem condições de pagar. Francisco Marinho, presidente do sindicato, diz que alertou a categoria pelo fato de parar 100%, mas não teve sucesso.

“Acontece que eles estão passando por necessidade e querem receber. Não tem mais como controlar”, diz.

greve webMotoristas alegam que não recebem apoio da empresa e nem EPIs — Foto: Lidson Almeida/Rede Amazônica Acre

Sem EPIs

A categoria alega ainda que está trabalhando sem os equipamentos de proteção, inclusive, uma das exigências da prefeita Socorro Neri ao reduzir a frota de ônibus por conta da pandemia.

As empresas deveriam fazer a higienização dos carros e disponibilizar os EPIs aos colaboradores.

“Até o momento não prestaram nenhum tipo de assistência em questão do coronavírus atualmente, não prestaram nenhum tipo de auxílio. Eles não fornecem pra gente máscara, nem álcool e não fizeram nenhum tipo de alteração no coletivo para que a gente pudesse se sentir protegido”, reclama o líder do movimento.

O G1 entrou em contato com a prefeitura e a empresa Floresta, mas não obteve retorno até esta publicação. As empresas de transporte coletivo sofrem impactos econômicos desde a chegada dos aplicativos de mobilidade em Rio Branco em 2017.