Recursos serão repassados aos municípios de Porto Acre, Assis Brasil, Brasiléia e Epitaciolândia, todos estes atingidos pela cheia do Rio Acre, e devem ser usados para compra de cestas básicas e limpeza de ruas atingidas por inundações. Desde o início do ano, mais de R$12,1 milhões já foram destinados ao estado
O Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR), por meio da Defesa Civil Nacional, autorizou, nesta segunda-feira (17), o repasse de mais de R$3 milhões para ações de defesa civil em quatro cidades do estado do Acre atingidas por desastres ocasionados pela cheia do Rio Acre.
Do montante de R$3,3 milhões, o maior repasse é para a cidade de Porto Acre, no interior do estado, também afetada por chuvas intensas. Os recursos, de mais de R$ 1,9 milhão, serão usados na compra de cestas básicas, kits de limpeza, higiene pessoal e dormitório, colchões, redes e combustível, além de aluguel de caminhonete e de barco tipo voadeira.
Já Assis Brasil, vai receber cerca de R$ 805 mil para a compra de cestas básicas, enquanto Brasiléia terá mais de R$ 457 mil para a limpeza urbana dos bairros Marcos Galvão I e II, José Braúna, Centro, Leonardo Barbosa, Sumaúma, Eldorado, 28 de Maio e 03 Botequins.
Por fim, Epitaciolândia vai receber R$ 114 mil para a limpeza de vias públicas dos bairros Beira-Rio, José Hassem e Satel. As três cidades foram atingidas por inundações.
Recursos
O MIDR já havia repassado R$ 8,72 milhões para assistência humanitária a municípios acreanos atingidos pela cheia do Rio Acre. Para Brasiléia foram aprovados, na época, R$ 6,23 milhões; para Epitaciolância R$ 685,9 mil; e R$ 306,8 mil para Xapuri. No total, mais de 47,7 mil pessoas foram beneficiadas.
Os valores para cada município são definidos por critérios técnicos da Defesa Civil Nacional e variam conforme o valor solicitado no plano de trabalho, magnitude do desastre e número de desabrigados e desalojados, entre outros parâmetros.
Desde o início do ano, já foram repassados pelo Ministério mais de R$442 milhões em ações de proteção e defesa civil em todo o Brasil, incluindo recursos para a Operação Carro-Pipa, que leva água potável a municípios do semiárido brasileiro. Para o estado do Acre, o montante chega a R$12,1 milhões.
Quase 200 famílias foram atingidas por enchente em Epitaciolândia — Foto: Eldson Júnior/Arquivo pessoal
No dia 26 de março, os ministros da Integração e Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, a ministra do Meio Ambiente Marina Silva e o secretário da Defesa Civil Nacional, Wolnei Wolff, fizeram um sobrevoo pelas áreas atingidas pela cheia do Rio Acre.
Na ocasião, anunciaram o repasse de R$ 1,4 milhão para a capital. Os recursos seriam para a compra de cestas básicas, colchões, refeições quentes, lanches, água mineral, combustível e kits de limpeza para residências, higiene pessoal e dormitório.
Brasiléia e Epitaciolândia
O governo federal reconheceu a situação de emergência decretada pelas prefeituras de Brasiléia e Epitaciolândia por causa da enchente do Rio Acre. A portaria de reconhecimento foi publicada no dia 28 de março no Diário Oficial da União (DOU), assinada pelo secretário nacional de Proteção e Defesa Civil, Wolnei Wolf Barros.
Brasiléia e Epitaciolândia decretaram situação de emergência no dia 25 de março, com validade de 30 dias. Xapuri também entrou no decreto, com validade de 180 dias, mas a ajuda de R$3 milhões não foi destinada ao município neste momento.
Equipes da prefeitura intensificaram serviços de limpeza e retirada de entulho das casas e ruas após enchente — Foto: Arquivo/Defesa Civil de Brasiléia
A enchente deste ano atingiu mais de 2,9 mil famílias com 8,9 mil pessoas em Brasiléia. O manancial começou a vazar na cidade no dia 28 de março. No dia 31, equipes da Defesa Civil iniciaram o trabalho de vistoria das casas para autorizar o retorno das famílias. Logo após, foi dado início à limpeza nas ruas e casas.
Em Epitaciolândia, foram 300 famílias desabrigadas, cerca de mil pessoas. Ao todo, seis bairros foram atingidos pela alagação.
Porto Acre e Assis Brasil
O governo federal reconheceu situação de emergência decretada pela Prefeitura de Porto Acre por conta da cheia do Rio Acre, que atingiu centenas de moradores da cidade do interior do Acre, no dia 6 de abril. Para declarar a emergência, a prefeitura de Porto Acre considerou que várias famílias que moram na zona urbana e rural da cidade ficaram desabrigadas ou desalojadas devido à cheia do Rio Acre e Rio Andirá.
Quase 100 famílias precisaram ser removidas de suas casas em razão do avanço das águas em Assis Brasil — Foto: Prefeitura de Assis Brasil
Dois dias antes, o governo federal também reconheceu situação de emergência decretada pela Prefeitura de Assis Brasil. Conforme a Defesa Civil da cidade, 97 famílias ficaram desabrigadas, totalizando 493 pessoas, e foram levadas para três abrigos montados pela prefeitura, sendo um ginásio e duas escolas. No dia 26, a Defesa Civil confirmou que o rio estava baixando e as famílias iriam começar a voltar para suas residências.