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Calçadão da Gameleira tem fissura de mais de 30 metros e Defesa Civil pede interdição parcial

Calçadão da Gameleira tem fissura de mais de 30 metros e Defesa Civil pede interdição parcial

Coordenador do órgão informou que, além da interdição, já pediu início de obras e apontou soluções para recuperação do espaço

Depois que um processo de erosão foi detectado no Calçadão da Gameleira, no centro de Rio Branco, a Defesa Civil da capital acreana pediu a interdição parcial do trecho mais danificado após a cheia do Rio Acre.

Com a vazante do rio, o solo da região começou a apresentar sinais de movimentação. Segundo o tenente coronel Cláudio Falcão, coordenador da Defesa Civil de Rio Branco, a fissura no local chega a cerca de 30 metros.

“Nós verificamos que lá tem uma extensão de fissura de aproximadamente 30 metros, onde a parte central do vão já mede mais de 50 centímetros. É um risco para as pessoas, principalmente crianças que transitam ali. Por isso, nós pedimos a interdição parcial pela RBTrans, ao mesmo tempo já oficiamos a Seinfra do Estado pra poder começar os reparos”, disse Falcão.

O local ficou encoberto pelas águas do Rio Acre durante a cheia histórica, e agora apresenta problema comum após enchentes. De acordo com o coordenador, a tendência é que a situação se agrave e é preciso monitoramento constante do espaço.

“Dada a quantidade de chuva e alagamento naquela região, nós temos também uma drenagem que deve ter rompido e está causando um estrago maior. Então, há uma possibilidade de evolução no desastre, por isso nós já pedimos a intervenção imediata e nós estamos monitorando o local constantemente para verificar a evolução. Mas que há necessidade imperativa de uma intervenção de engenharia, averiguando a questão de drenagem inclusive a movimentação de massa”, explica.

Outro fator que pode ter prejudicado o solo na região da Gameleira, segundo Falcão, é que em 2015 uma árvore foi cortada no local, mas o tronco não foi retirado completamente. Com o apodrecimento da árvore morta, o solo pode ter sido afetado.

“Tudo isso está sendo averiguado pela Defesa Civil, e também estamos indicando as soluções para a manutenção completa do local para poder ficar em perfeitas condições”, ressalta.

Desbarrancamentos

No último domingo (16), sete casas desmoronaram na Rua Salgueiro, no bairro Cidade Nova, após forte chuva que atingiu a capital. O fato ocorreu após a terceira maior enchente da história do Rio Acre.

O Ministério Público do Acre (MP-AC) iniciou, na última terça-feira (18), um levantamento das áreas de risco eminente de desabamento de edificações em Rio Branco.

As vistorias foram feitas por equipe do Núcleo de Apoio Técnico (NAT) do MP em parceria com a Defesa Civil Municipal nos bairros Taquari, Cidade Nova, Cadeia Velha, 6 de agosto, Ayrton Sena, São Francisco, Mocinha Magalhães e Edson Cadaxo.

Conforme o MP-AC, o último levantamento da Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM), empresa pública que promove mapeamentos e divulga informações geológicas e hidrológicas, aponta que existem na capital acreana um total de 6.534 edificações em risco, com 26.756 pessoas que podem ser atingidas por desmoronamento.

Segundo Falcão, Rio Branco tem pelo menos 61 áreas com risco de desmoronamento sendo monitoradas pela Defesa Civil, e o número deve continuar aumentando à medida que o nível do rio e igarapés reduzem.

Segundo a coordenação municipal da Defesa Civil, há registrados 2,4 mil pedidos de vistorias. Vistorias são feitas nas 10 regionais da cidade e também na zona rural. A Defesa Civil está montando um relatório detalhado desses locais e, pela previsão, pelo menos 550 imóveis vão precisar ficar inabitados depois desses desastres naturais.