Nesta segunda-feira, 22, o Banco da Amazônia (BASA) divulga as suas Demonstrações Financeiras relativas a 2020, que trazem como principal destaque a aplicação histórica em crédito de fomento na região Amazônica de R$ 11 bilhões somente em 2020, ano de pandemia da COVID-19. Somente com recursos do Fundo Constitucional de Financiamento do Norte (FNO) foram mais de R$ 10,48 bi em contratações.
De acordo com o documento divulgado, as contratações do FNO registraram um crescimento de 36,7% em comparação com 2019, quando foram aplicados R$ 8,11 bi. O agronegócio foi o setor que mais se destacou, recebendo R$ 5,3 bilhões em contratações.
Em segundo lugar, o setor de infraestrutura se destacou. Foram destinados R$ 3,5 bilhões. O setor de micro e pequenas empresas ficou com R$ 1,2 bilhão aplicados. As microfinanças da região, operações voltadas para o pequenos empreendedor informal como feirantes, donos de mercadinhos, artesãos e etc., receberam R$ 103 milhões, direcionados para 39.922 empreendedores populares.
Quanto ao lucro líquido, o Banco da Amazônia encerrou o exercício de 2020 com R$265,6 milhões, registrando pequena redução em relação ao resultado de 2019, que foi de R$275,3 milhões. O Patrimônio Líquido do BASA encerrou 2020 com R$ 2,41 bilhões, superior 10% em relação a 2019, quando apresentou o valor de R$2,19 bilhões.
O presidente do Banco da Amazônia, Valdecir Tose, explica que embora o lucro líquido tenha sido um pouco reduzido, o resultado recorrente foi de R$ 531 milhões, enquanto que em 2019, o valor alcançado foi de R$ 167,3 milhões. O resultado recorrente é gerado pelas atividades da instituição, desconsiderando os efeitos não frequentes ocorridos no ano.
Outras fontes de recursos de fomento
Foram aplicados R$ 538,7 milhões em 2020 com recursos oriundos de Recursos Obrigatórios, Poupança Rural, BNDES e outras exceto FNO. A aplicação representou um crescimento de 22,3% em relação ao ano de 2019, cujo valor atingido foi de R$ 440,3 milhões. Em 2020, o volume da carteira de fomento com Outras Fontes representa 11,20% da exposição total do fomento do Banco da Amazônia.
Na carteira comercial, o Banco da Amazônia encerrou 2020 com mais de R$ 2 bilhões, apresentando crescimento de 54,90%, comparativamente ao exercício 2019, que encerrou com saldo de R$1,32 bilhão, demonstrando a ampliação tanto do crédito geral como também do câmbio.
O presidente Valdecir Tose informa que todos os municípios da região amazônica foram alvo da ação creditícia da instituição. “Também atingimos os municípios de baixa e média renda direcionando R$ 7,9 bilhões em financiamentos para estas localidades”, explica. “Somente as empresas de pequeno porte receberam mais de R$ 4,6 bilhões”, revelou o presidente. Dessa forma, o Banco cumpre a sua missão que é promover o desenvolvimento sustentável da região amazônica com créditos e soluções eficazes.
No ano de 2020, os empreendimentos do setor rural demandaram R$ 4.79 bilhões (46% do valor total contratado) e os empreendimentos não rurais, R$ 5,68 bilhões (54%).
Programas Assistenciais durante a pandemia
As Demonstrações Financeiras do BASA mostram que no ano passado foram lançadas linhas de crédito especiais para auxiliar as pequenas e médias empresas para a retomada da economia, em detrimento dos impactos causados pelo COVID-19. Foram linhas voltadas para a concessão de Capital de Giro a indústrias, comércios e serviços, a exemplo do FGI-PEAC (Fundo Garantidor para Investimentos - Programa Emergencial de Acesso a Crédito) e PRONAMPE (Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte).
Com a linha FGI-PEAC, o Banco contratou R$ 66,74 milhões em 2020 em 514 contratos. Com o Pronampe, foram R$ 445,93 milhões em mais de 4 mil contratos. Com a linha FNO-Emergencial, o BASA atendeu 3.592 empresas e concedeu mais de R$ 306,7 milhões.
De acordo com o presidente Valdecir Tose, os financiamentos concedidos através das fontes de fomento utilizadas pelo BASA têm contribuído, decisivamente, para a criação de novas oportunidades de trabalho, a inclusão social, o fortalecimento da economia de base familiar, o crescimento das micro e pequenas empresas, o incremento do valor bruto da produção e do PIB regionais, a diminuição das desigualdades intra e inter-regionais.
Expansão do crédito por meio do BASA Digital
No ano passado, a Instituição lançou o projeto BASA Digital, uma solução composta por aplicativo e portal web que fornece aos Agentes de Crédito Credenciados um ambiente integrado onde o processo para a concessão de crédito ocorrerá de forma rápida, desde a origem do cadastro até a emissão de cédula para liberação dos valores financiados com intervenção mínima das agências, reduzindo o tempo de contratação de meses para estimados dois dias, gerando uma série de benefícios operacionais ao Banco e aos clientes.
A plataforma se encontra em produção com a disponibilização da linha PRONAF B, já acessada nos estados do Pará, Acre, Amazonas, Rondônia e Roraima e conta com mais de 16 empresas parceiras com acesso habilitado ao serviço. Até o final de 2020, foram cadastrados na plataforma, aproximadamente, 650 clientes, 300 técnicos agrícolas habilitados e cerca de 290 propostas aprovadas de forma automática.
Para 2021, está prevista a entrada das seguintes linhas de crédito no BASA Digital: PRONAF Custeio, PRONAF Mais Alimentos, PRONAF Floresta, Custeio AGRO, Veículos, Máquinas e Equipamentos, Energia Verde, Capital de Giro Produtor Rural, Capital de Giro Empresa.
“Com o BASA Digital, o Banco pretende ampliar a sua aplicação de crédito nos municípios da Amazônia Legal”, comenta o presidente do Banco.
Para este ano, a Instituição tem disponível R$ 10,85 bilhões para toda a região, sendo R$ 7,56 bilhões em recursos para financiamento do FNO, com base na expectativa de investimento de cada Unidade Federativa da Região Norte, em conformidade com seus planos plurianuais e projetos prioritários.