Saerb precisou desligar uma das bombas da ETA II para fazer a retirada dos balseiros. Cerca de 16 bairros da capital estão com o abastecimento de água prejudicado
Com o grande volume das águas do Rio Acre, balseiros e entulho são levados pela correnteza e podem danificar edificações e também o abastecimento de água. Nessa quinta-feira (30), balseiros encalharam no flutuante da Estação de Tratamento de Água (ETA II), no bairro Sobral, em Rio Branco, e o Serviço de Água e Esgoto (Saerb) precisou desligar uma das bombas.
Com isso, a distribuição de água está prejudicada em alguns da capital acreana. Nesta sexta (31), a direção do Saerb informou que o trabalho de retirada dos balseiros já foi concluído e que a distribuição de água será normalizada gradativamente nos seguintes bairros:
- Castelo Branco
- Bela Vista
- Mascarenhas de Moraes
- Palheiral
- Estação Experimental
- Ivete Vargas
- Centro
- Parte do Bosque
- Base
- Manoel Julião
- Morada do Sol
- Tropical
- Cadeia Velha
- Habitasa
- Adalberto Aragão
- São Francisco.
“Vai voltando gradativamente, se resolve o problema da ETA e vai voltando. Não é rápido. O diretor técnico me passou que fica 100% de hoje pra amanhã. Precisamos de um pouco de paciência porque vamos contornando a situação, é um evento da natureza e temos que parar para retirar”, explicou o diretor-presidente do Saerb em exercício, Sérgio Lima.
Enchente em Rio Branco
O Rio Acre passou da cota de transbordo na quinta-feira (23) em Rio Branco e, desde então, o manancial continua subindo e já atinge mais de 40 mil moradores de Rio Branco. As águas passaram do Calçadão da Gameleira.
Ao todo, são 857 famílias com cerca de 2.808 pessoas desabrigadas até esta sexta-feira (31). Ainda segundo a Defesa Civil de Rio Branco, 1.248 famílias com 4.098 pessoas estão desalojadas por conta da enchente, ou seja, que foram levadas para casas de parentes ou amigos.
Nas últimas 24 horas, não houve registro de chuvas em Rio Branco. Em uma semana, foi registrado um acumulado de mais de 280 milímetros de chuva na capital, volume maior do que o total esperado para o mês de março, que era de 270,1 mm.
Os estragos deixados pela chuva foram muitos. Pelos menos 37 bairros da zona urbana de Rio Branco estão atingidos, vários pontos de alagamento, rompimento de trecho na BR-364 estão entre os prejuízos. Além disso, 27 comunidades rurais estão atingidas, com 3,8 mil pessoas de 963 famílias.
Com a subida do Rio Acre e o acúmulo de balseiros, a Ponte Juscelino Kubitschek, conhecida como Ponte Metálica, foi interditada na noite de segunda-feira (27), em Rio Branco por medida de segurança. Foram retirados cerca de 200 toneladas de balseiros que estavam represados.
Enquanto isso, o tráfego na Ponte Coronel Sebastião Dantas está em mão dupla, assim como na Epaminondas Jácome.
Essa é a maior cota desde a cheia histórica de 2015, quando o manancial chegou a 18,40 metros, e tal marca já coloca a enchente de 2023 como uma das cinco maiores de todos os tempos, desde que o nível começou a ser monitorado, em 1971.
No domingo (26), os ministros da Integração e Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, a ministra do Meio Ambiente Marina Silva e o secretário nacional da Defesa Civil, Wolnei Wolff, vieram ao Acre para um sobrevoo pelas áreas alagadas. Eles percorreram os bairros, conversaram com moradores e também garantiram a liberação imediata de R$ 1,4 milhão para ajuda humanitária.